O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a provocar polêmica nesta segunda-feira (17) ao afirmar, nas redes sociais, que considera “motivo de orgulho” ter se tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada após a Primeira Turma da Corte aceitar denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A PGR acusa Eduardo Bolsonaro de coação no curso do processo que investiga uma suposta trama golpista no Brasil. Segundo a denúncia, o parlamentar, durante estadia nos Estados Unidos, teria atuado para pressionar autoridades norte-americanas a adotarem medidas contra integrantes do Judiciário e do Executivo brasileiros — o que, segundo a acusação, teria como objetivo influenciar investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com base nos elementos apresentados pelo Ministério Público, os ministros da Primeira Turma do STF decidiram de forma unânime transformar o deputado em réu.
Logo após a decisão, Eduardo publicou uma mensagem no X (antigo Twitter) afirmando que não se sente intimidado pelo processo:
“Ser chamado de réu num país onde esta mesma Suprema Corte, que me processa, solta bandidos, é motivo de orgulho.”
O parlamentar também criticou quem celebrou sua condição de réu e voltou a atacar o Supremo, reforçando a narrativa de que seria alvo de perseguição política.
Além do novo processo no STF, Eduardo Bolsonaro enfrenta outra polêmica: ele está fora do Brasil desde fevereiro e não participou de sessões da Câmara após o fim de sua licença de 120 dias. A situação já levanta questionamentos sobre possível cassação por faltas injustificadas, caso a Mesa Diretora avance na análise.
A defesa de Eduardo Bolsonaro sustenta que ele não cometeu crime e que suas manifestações fazem parte da liberdade de expressão garantida ao parlamentar. Também afirma que ele não teria ingerência direta em eventuais sanções internacionais.
Com o recebimento da denúncia, Eduardo passa agora à condição de réu. O processo seguirá com fase de instrução, incluindo oitiva de testemunhas, apresentação de provas e manifestações das partes. Ainda não há previsão para julgamento final.