A tarifa de 50 % havia sido imposta anteriormente sobre produtos-chave da pauta de exportação brasileira como parte de uma política mais ampla de pressão comercial e diplomática norte-americana.
Compressão nos envios e elevação de preços nos EUA reforçaram o apelo à reversão da medida: no segmento de café, por exemplo, as exportações brasileiras para os EUA caíram mais de 50 % em setembro comparado ao mesmo mês de 2024.
A interlocução diplomática também desempenhou papel relevante, com encontros de representantes dos dois países preparando terreno para o anúncio.
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Para o Brasil: alívio imediato para produtores de café, carne, banana e açaí, com perspectiva de recuperar mercados nos EUA e reduzir pressão sobre margens de exportação.
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Para os EUA: possibilidade de diminuir custos de importação de produtos que não são produzidos em escala doméstica, como café brasileiro, com impacto potencial sobre o preço ao consumidor.
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No cenário bilateral, a medida pode atuar como catalisador de novas tratativas comerciais entre Brasil e EUA, com troca de concessões em outros setores.
Apesar da suspensão da tarifa adicional, ainda não foram divulgados todos os detalhes — por exemplo: se haverá renegociação de protocolos sanitários, quanto tempo durará a suspensão, ou se há nova estrutura tarifária ou quotas em vista.
Além disso, a mudança não elimina os efeitos acumulados da escassez de encomendas e dos estoques elevados que vinham pressionando produtores brasileiros.
Líderes de associações de exportadores veem o anúncio como “um marco de inversão do ciclo de adversidade”.
A queda abrupta nas exportações atingiu severamente o setor de café: segundo dados, a queda de mais de 50 % vinha sendo atribuída justamente à tarifa de 50 %.
Para carne bovina, banana e açaí a expectativa é de aceleração nas vendas, embora os impactos variem muito conforme o destino, custo logístico e protocolos de exportação.
Para consolidar o ganho, o Brasil deverá:
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Acompanhar de perto o cumprimento da suspensão por parte dos EUA e garantir que não haja nova taxa ou barreira disfarçada.
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Aproveitar o momento para ampliar a diversificação de mercados e reduzir vulnerabilidades.
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Negociar, com melhores condições, acordos de longo prazo que evitem novas surpresas tarifárias ou políticas.