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Ex-dirigentes do INSS são presos em operação da PF; saiba tudo o que aconteceu

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Ex-dirigentes do INSS são presos em operação da PF; saiba tudo o que aconteceu

Uma nova ofensiva da Polícia Federal (PF) contra desvios em aposentadorias e pensões do INSS levou à prisão de figuras centrais da gestão previdenciária recente, entre elas o ex-presidente da autarquia, Alessandro Stefanutto; e o ex-procurador-geral Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho. A etapa mais recente da Operação Sem Desconto, deflagrada na manhã nesta quinta-feira (13/11), mobilizou equipes em 14 estados e no Distrito Federal.

Antes mesmo de a operação ir às ruas, parte dos alvos vinha sendo monitorada pela PF, que rastreou movimentações financeiras no Brasil e no exterior. Segundo o presidente da CPMI criada para apurar fraudes no INSS, senador Carlos Viana, há indícios de que somas expressivas tenham sido enviadas para paraísos fiscais e que valores sacados em espécie permanecem escondidos no país.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSSReprodução: Agência Brasil Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSSFoto: Carlos Moura/Agência Senado Polícia Federal deflagrou a operação Sem DescontoDivulgação: Polícia Federal Senador Carlos Viana (Podemos/MG)Reprodução: Podemos Segurança no STFReprodução: STF

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Além de Stefanutto e Virgílio, também foram presos: André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios; Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho; Tiago Abraão Ferreira Lopes, dirigente da Conafer e irmão de Carlos Roberto Ferreira Lopes, o presidente da entidade; Cícero Marcelino de Souza Santos e Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, ambos ligados à Conafer; e Thaisa Hoffmann, esposa do ex-procurador Virgílio. O lobista Antônio Carlos Antunes Camilo, o “Careca do INSS”, já preso na fase anterior da operação, voltou a ser alvo de mandado.

As buscas autorizadas pelo STF incluíram endereços no Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Armas, dinheiro em espécie, veículos de luxo e documentos foram apreendidos. Em alguns estados, a PF encontrou cofres com notas de vários valores e grande quantidade de munição.

Stefanutto, apontado como peça-chave para dar aparência de legalidade às operações ilícitas, teria recebido propinas mensais que chegavam a R$ 250 mil, conforme decisão do ministro André Mendonça. A PF afirma que ele usava sua posição para manter convênios com entidades suspeitas mesmo após alertas técnicos de fraudes, autorizando cadastros sem checagem da vontade expressa dos beneficiários.

De acordo com apuração do portal g1, as defesas de Stefanutto e de Antônio Carlos Antunes Camilo afirmam que não tiveram acesso ao teor da decisão que determinou as prisões. Os advogados do ex-presidente do INSS classificam a medida como “ilegal” e dizem que ele sempre colaborou com a PF. Já a defesa de Virgílio e de sua esposa informou que não irá se pronunciar neste momento.

Com a nova fase cumprida, a PF espera avançar sobre o destino final dos valores desviados e a participação de demais envolvidos no esquema, que segue sob sigilo judicial.

Relembre o caso
A PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) identificaram que, entre 2019 e 2024, aposentados e pensionistas tiveram valores descontados mensalmente sem qualquer autorização ou vínculo real com as associações que apareciam como responsáveis pelas cobranças. As autoridades calculam que os prejuízos podem atingir R$ 6,3 bilhões. Parte da estrutura fraudulenta, segundo as investigações, seria sustentada por servidores de alto escalão, lobistas e dirigentes de entidades rurais.

A descoberta do esquema levou, meses atrás, à queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, após sucessivas pressões políticas. Seu sucessor, Wolney Queiroz, assumiu a pasta em meio ao avanço das investigações.

Paralelamente à repressão criminal, o governo já iniciou a devolução de valores descontados indevidamente. Ao menos 6 milhões de beneficiários afirmaram não reconhecer cobranças feitas em seus extratos, e 4,8 milhões estão aptos a aderir ao programa de ressarcimento. O prazo para contestar descontos irregulares foi ampliado até 14 de fevereiro de 2026. Os pedidos podem ser feitos pelo aplicativo ou site Meu INSS, pela Central 135 ou presencialmente em agências dos Correios.

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