Governista e oposição batem boca na CPI do Crime: “Não passam lição”

Governista e oposição batem boca na CPI do Crime: “Não passam lição”

O início da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado ficou marcado por bate-boca antes mesmo de o colegiado eleger a presidência, na manhã desta terça-feira (4/11), que acabou sendo vencida pelo senador governista Fabiano Contarato (PT-ES).

Integrantes da oposição acusaram o governo de fazer uma manobra para obter maioria e colocar um petista na presidência, enquanto governistas rebateram, alegando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou interferir na CPI da Covid.

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Antes do início da sessão, líderes da base e da oposição se reuniram para tentar chegar a um acordo sobre a presidência da CPI. Sem sucesso, levaram a decisão ao voto.

O senador oposicionista Eduardo Girão (Novo-CE) disse estar indignado pelo que chamou de “manobra vergonhosa” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teria “tomado de assalto” a comissão ao tentar emplacar um governista no comando. Ainda argumentou se tratar de um instrumento regimental da minoria do Senado e criticou a articulação.

“Desde ontem, vi movimentações para mais uma vez o governo Lula, que não assinou o pedido de CPI, tomar de assalto essa comissão (…) Vemos aqui mais uma movimentação pela blindagem ao colocar um presidente que seja do Partido dos Trabalhadores. Quero externalizar meu repúdio com essa manobra vergonhosa do governo”, ressaltou.

Ante as falas, o senador Otto Alencar (PSD-BA) (foto em destaque), que presidiu a primeira sessão por ser o integrante mais velho – procedimento padrão nas comissões antes de ser definido quem será o presidente –, rebateu que as palavras do senador do Novo “não passam lição” para ele.

“As palavras de vossa excelência não me passam lição. Sempre trabalhei honrando meu mandato. Inclusive, fui da oposição contra o governo que o senhor defendeu, que foi o governo Bolsonaro, que tentou interferir várias vezes para que não se montasse a CPI da Covid, e o senhor sabe perfeitamente disso. Enquanto eu presidir, não haverá palanque para nenhum senador ou senadora. (…) Há 11 anos, nunca dei direito a nenhum senador de me passar lição”, reforçou Otto Alencar.

Na sequência, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), negou que Bolsonaro tenha tentado interferir na CPI da Covid, mas foi em seguida rebatido por Otto Alencar, que disse que o então presidente chegou a pressionar o líder da bancada para tirá-lo da titularidade da comissão e disse que chegou a ser “ameaçado de morte”. Flávio, então, recuou e disse “qual presidente quer uma CPI instalada no seu governo?”.

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