A gigantesca operação no Rio de Janeiro, que deixou dezenas de mortos e repercutiu em todo o mundo, como não poderia deixar de ser, ganhou ampla cobertura dos veículos de comunicação — portais de notícias, rádios e emissoras de TV.
Nos canais abertos, em especial, os índices de audiência foram expressivos, resultado do empenho dos profissionais, tanto no local da tragédia quanto nos estúdios.
Ter uma equipe de jornalismo atuante faz muita diferença.
Por outro lado, além da correria nos telejornais, o acontecimento no Rio também mereceu espaço acima da média nos programas policiais. Não tinha como ser diferente.
Joel Datena, que comanda um dos principais, o “Brasil Urgente”, na Band, conversou sobre a importância do formato — que avalia como “algo relevante” —, elogiou a equipe do programa (“nos desdobramos para fazer”) e comentou se pensa, no futuro, em se dedicar a um trabalho diferente do de agora.
Como você vê a importância dos programas policiais na TV?
JD – Vejo como algo relevante, no sentido de mostrar a realidade e preparar melhor o cidadão para o dia a dia, além de cobrar soluções por meio da exposição. Infelizmente, determinadas situações, casos e investigações evoluem melhor com o nosso trabalho de acompanhamento.
Na sua observação, em que o “Brasil Urgente” se diferencia dos concorrentes?
JD – É um programa com décadas de história, que vem se adequando ao mundo moderno, utilizando linguagem atualizada e sendo multiplataforma. A equipe do Brasil Urgente está sempre comprometida com a notícia real, sem criar espetáculos. O principal objetivo é informar e mostrar o que precisa ser exibido — nada além disso.
A diferença está na forma de repassar a notícia ao telespectador. A informação é a mesma para todos, o que muda é a maneira de entregá-la. Às vezes, reduzimos o mais chocante para não gerar pânico, mas sem deixar de informar.
Além disso, contamos com uma estrutura muito bem planejada, com estratégias em cada detalhe, tanto em recursos humanos especializados quanto técnicos, que permitem mobilizações rápidas e eficientes. Nós nos “desdobramos” com muita agilidade.
Joel, como seria um mundo ideal?
JD – Hoje, o mundo ideal seria utópico, mas deveria garantir direitos a todos os cidadãos. Atualmente, temos muitos deveres e poucos direitos. O doente deveria ter direito a um atendimento digno, e nós deveríamos sair de casa sem correr o risco de sermos roubados, agredidos ou coisa pior. O mundo ideal começa por aí — o resto seria consequência do básico.
Básico, porém inexistente. Não precisamos de muito para viver bem, mas esse pouco ainda está longe de ser conquistado.
Pensa, em algum momento da carreira, fazer um programa de outro estilo?
JD – Neste momento, estou absolutamente feliz e engajado com o Brasil Urgente. Pretendo seguir assim por muitos anos. Não consigo pensar em algo diferente agora, a não ser dar continuidade e aperfeiçoar o que faço hoje. Essa é a minha visão de futuro.