Lula defende PF na investigação de megaoperação: “Houve matança”

Lula defende PF na investigação de megaoperação: “Houve matança”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira (4/11), que a Polícia Federal (PF) atue nas investigações das mortes da megaoperação da semana passada nos complexos do Alemão e da Penha no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos. Segundo o petista, o governo está tentando fazer uma apuração independente.

“Nós estamos tentando essa investigação. Nós inclusive estamos tentando ver se é possível os legistas da Polícia Federal participarem do processo de investigação da morte, como é que foi feito, porque tem muito discurso, tem muita coisa. As pessoas foram enterradas sem que houvesse a perícia de um outro órgão. Então, nós estamos trabalhando nisso”, afirmou Lula.

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Segundo o titular do Planalto, a PF, juntamente com o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal (MPF), tem trabalhado para realizar a investigação, porque a autorização judicial que permitiu a operação contra o Comando Vermelho (CV) não tinha “ordem de matança”.

“A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança. E houve matança. Eu acho que é importante a gente investigar em que condições ela se deu. Porque, até agora, nós temos uma versão, contada pela polícia, contada pelo governo do estado, e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam ou se teve alguma coisa mais delicada na operação”, disse o chefe do Executivo.

“O dado concreto é de que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortos, as pessoas podem considerar um sucesso, mas, do ponto de vista da atuação do estado, eu acho que foi desastrosa”, completou Lula.

Lula no Pará

Na quinta-feira (30/10),  o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou o envio de 20 peritos criminais da PF para reforçar os trabalhos de segurança pública no Rio. Segundo o governo federal, os peritos vão trabalhar em análise dos locais de crimes, balística, genética forense para identificação de DNA, medicina legal, exames de balística, necrópsia e identificação de corpos.

As declarações foram dadas em entrevista a agências internacionais em Belém (PA).

O titular do Planalto está na capital paraense desde sábado (1º/11), cumprindo agendas antes do início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece entre os dias 10 e 21 de novembro.

Antes disso, a Cúpula dos Líderes, que precede as tratativas da COP, reúne presidentes, primeiros-ministros e demais chefes de governo do mundo todo para impulsionar as discussões do evento principal, que tem caráter mais técnico. A Cúpula acontece nesta quinta (6/11) e sexta-feira (7/11).

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