Médico é condenado na Justiça após afirmar que mamografia causa câncer de mama

Médico é condenado na Justiça após afirmar que mamografia causa câncer de mama

A Justiça Federal em Minas Gerais determinou a condenação do médico Lucas Ferreira Mattos, influenciador com mais de 1,5 milhão de seguidores, por divulgar conteúdos que associavam, sem qualquer respaldo científico, a realização de mamografias ao aumento do risco de câncer de mama. O exame, fundamental para a detecção precoce da doença, é considerado seguro e não provoca câncer.

Além de remover todas as publicações com informações enganosas, Lucas está impedido de produzir ou compartilhar novos conteúdos semelhantes em suas redes ou nas de terceiros. Antes de ser retirado do ar, o vídeo em que comentava sobre supostos “riscos da mamografia” ultrapassou 62 mil visualizações no Instagram e chegou a 12 mil no YouTube Shorts.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Médico Lucas Ferreira MattosFoto: Reprodução/Instagram Médico Lucas Ferreira MattosFoto: Reprodução/Instagram Médica analisando um exame de mamografiaFoto: Rodrigo Nunes/MS MamografiaFoto: José Cruz/Agência Brasil Exame de mamografiaFoto: Reprodução

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Em uma das respostas publicadas, o médico afirmou que “uma mamografia gera uma radiação para mama equivalente a 200 raios-x, isso aumenta a incidência de câncer de mama por excesso de mamografia”. A declaração foi dada enquanto ele orientava uma seguidora preocupada com o diagnóstico de um nódulo.

O magistrado responsável pelo caso destacou, na decisão liminar, que a afirmação “não encontra amparo na sedimentada e atual pesquisa sobre o assunto, podendo causar danos a mulheres que venham, inadvertidamente, seguir suas orientações, deixando de consultar seu médico particular e efetuando, se a isso indicada, o questionado exame de mamografia”.

A sentença decorre de uma ação civil pública apresentada em março pela Advocacia-Geral da União (AGU), em parceria com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). A iniciativa integra o programa “Saúde com Ciência”, voltado ao combate à desinformação em saúde.

“Estamos celebrando muito esta vitória da nossa AGU, porque é um marco na defesa da vida das mulheres. A advocacia pública acredita que é nosso dever proteger a saúde, enfrentando a desinformação sobre o câncer de mama”, afirmou a procuradora-geral da União, Clarice Calixto, por meio de nota.

A ação foi conduzida pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), vinculada à Procuradoria-Geral da União (PGU).

Por que a mamografia é essencial
A mamografia é o exame recomendado para o rastreamento do câncer de mama, feito em mulheres assintomáticas com a finalidade de identificar o tumor ainda em estágio inicial — o que aumenta significativamente as chances de tratamento bem-sucedido.

O Ministério da Saúde orienta que mulheres entre 50 e 74 anos façam o exame a cada dois anos. Quando há sintomas suspeitos, a mamografia é indicada para mulheres de qualquer idade.

Para aquelas a partir dos 40 anos, entidades médicas como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) já sugerem o rastreamento regular. No Sistema Único de Saúde (SUS), a realização para essa faixa etária também é possível mediante avaliação junto ao profissional de saúde.

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