O motorista de carreta Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, confessou à Polícia Civil, nesta quarta-feira (19), que inventou toda a história sobre ter sido amarrado a supostos explosivos dentro da cabine do caminhão no Rodoanel Mário Covas, na Grande São Paulo. O caso havia mobilizado equipes policiais e provocado grande transtorno no trânsito.
Dener prestou depoimento por volta das 14h na delegacia de Taboão da Serra, onde admitiu ter simulado a situação. No dia 12 de novembro, ele afirmou ter sido rendido e preso a artefatos explosivos, o que levou à interdição total do Rodoanel na altura do km 44 por cerca de cinco horas, causando aproximadamente 40 km de congestionamento.
Durante o interrogatório, investigadores confrontaram o motorista com inconsistências no relato e nas evidências coletadas durante a apuração. Segundo a polícia, nada do que havia sido descrito por ele aconteceu. Após ser pressionado com as contradições, Dener acabou confessando que toda a história foi forjada.
A polícia tem uma imagem de uma câmera de segurança, de longe, que mostra quando ele para para fazer xixi, e ele mesmo joga a pedra no caminhão, que teria dado início ao que ele chamou de “ataque”.
Um motorista de um carro que aparece nas imagens de câmeras de segurança já tinha dito à polícia que a carreta passou a fechar seu veículo pouco antes do ponto onde acabou atravessada na pista. Ressaltou também que acelerou para conseguir escapar da manobra e que não presenciou nenhuma ação criminosa no local.
Dener afirmou nesta quarta que ele está passando por acompanhamento psicológico. Os laudos toxicológicos do motorista ainda não ficaram prontos.
“Vou ver isso com a minha esposa [de conversar com a reportagem] porque estou passando no médico. Preciso verificar algumas sessões para passar com o psicólogo”, disse.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que “o homem foi indiciado por falsa comunicação de crime, conforme o artigo 340 do Código Penal, após confessar em depoimento que ele próprio produziu o simulacro de bomba. As investigações continuam sob responsabilidade da DISE de Taboão da Serra para o completo esclarecimento dos fatos e a devida responsabilização criminal do indiciado.”