O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) e do Observatório de Análise Criminal, publicou nesta sexta-feira, 14, a 9ª edição do Anuário de Indicadores de Violência do Acre, documento que reúne dados e análises sobre a criminalidade no estado entre 2015 e 2024. O levantamento consolida séries históricas e oferece subsídios técnicos para a formulação de políticas públicas de segurança e justiça.
A publicação abrange indicadores como crimes violentos letais, homicídios, intervenções policiais, roubos, sistema prisional, violência contra a mulher, participação juvenil na violência, atuação de organizações criminosas, tráfico de drogas, crimes ambientais, sinistros de trânsito e suicídios.
Entre os principais resultados, 2024 registrou o menor número de crimes violentos letais intencionais da série histórica: foram 169 vítimas em todo o estado, uma redução de 15,5% em relação a 2023. A taxa estadual chegou a 19,2 casos por 100 mil habitantes, aproximando-se da média nacional pela primeira vez.
Em Rio Branco, foram contabilizadas 84 vítimas — também o menor índice já registrado — resultando em uma taxa de 21,7 por 100 mil habitantes. O estudo mostra ainda que houve equilíbrio na distribuição dos casos entre capital e interior, cada um respondendo por 50% das ocorrências. Feijó, Assis Brasil e Tarauacá registraram as maiores taxas proporcionais, impulsionadas por conflitos persistentes entre grupos criminosos.
Os roubos tiveram queda expressiva de 41% entre 2023 e 2024, sendo o segundo ano consecutivo de forte redução. O MPAC destaca que esse é um dos indicadores que mais influencia a sensação de segurança da população.
Já no recorte da violência de gênero, o Acre manteve-se na 7ª posição no ranking nacional de feminicídios, com taxa de 1,82 vítimas por 100 mil mulheres.
O anuário aponta que o Acre possui a maior taxa de aprisionamento do país, com 610,7 presos por 100 mil habitantes. A taxa de ocupação do sistema prisional chegou a 131%, indicando superlotação e reforçando a necessidade de revisão e monitoramento contínuo das políticas de encarceramento.
A coordenadora do NAT, promotora de Justiça Marcela Cristina Ozório, reforçou a importância do levantamento como ferramenta de atuação integrada.
“Ao compartilhar este material, o MPAC busca fortalecer a atuação interinstitucional, incentivar o uso de evidências na formulação de políticas e contribuir para a construção de respostas mais eficazes e ajustadas à realidade acreana”, destacou.
A 9ª edição do Anuário de Indicadores de Violência do Acre está disponível para consulta no site do MPAC, na seção de publicações institucionais.