A expulsão de Martina Sanzi do reality “A Fazenda 17” por agressão — jogando um balde de gelo em outras participantes — não só deveria encerrar qualquer vínculo dela com a emissora, como também ser motivo de reflexão séria sobre os limites da exposição midiática. Mas o que faz a Record? A transforma em apresentadora.
Sim, a emissora decidiu premiar o comportamento que ela mesma classificou como motivo de expulsão. Martina, que protagonizou barracos e episódios lamentáveis, agora é oficialmente contratada para integrar o time de apresentadores do Link Podcast. O recado é claro: causar, agredir e gerar polêmica vale mais do que qualquer valor ético ou profissional. Isso não é só incoerente. É escandaloso.
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“A Fazenda”, por si só, já é um programa que normaliza o desrespeito e transforma agressões verbais e físicas em entretenimento. É um reality que vive de barracos, onde limites são cruzados a todo momento diante de uma audiência hipnotizada pelo caos. Mas há uma diferença entre exibir o lixo e contratar o lixo para apresentá-lo.
A Record não apenas tolera esse tipo de conteúdo — ela o promove, o recompensa, o institucionaliza.
Estamos falando de uma emissora de alcance nacional, com responsabilidade social, que deveria ao menos tentar manter um padrão mínimo de respeito, de integridade, de profissionalismo. Mas não. O critério agora é o engajamento a qualquer custo. E se o custo for agredir alguém em rede nacional, dane-se.
A decisão de transformar Martina em apresentadora é a cereja podre no bolo desta edição de “A Fazenda”. É uma mensagem clara: se você for violenta o bastante, polêmica o bastante, útil o bastante para gerar cliques e memes, o palco é seu.
Esse episódio não é só uma vergonha para a Record. É um sintoma grave de uma cultura de mídia que perdeu o senso de limite. Que inverte valores. Que confunde audiência com aprovação. E que precisa ser urgentemente repensada.