A volta de Fernanda Vasconcellos ao horário nobre (ela é a Samira de “Três Graças”) não poderia ter encontrado terreno melhor. Depois de um período longe das novelas, ela retorna com uma personagem que exige firmeza, nuances e uma presença capaz de dominar a cena. Samira é exatamente esse tipo de papel. Não é só uma vilã. É uma figura que se apoia no afeto, usa a vulnerabilidade alheia como atalho e, quando percebe a abertura, conduz o outro até o limite. E Fernanda mostra que estava mais do que pronta para esse salto.
O capítulo de segunda deixou isso claro. A sequência em que Samira convence Joélly (Alana Cabral) a entregar o bebê mostrou uma atriz totalmente reconstruída para o gênero. Quem acompanhou a carreira dela lembra dos papéis mais leves, românticos, protagonistas de jornadas afetivas. Agora, o desafio é outro. A personagem pede malícia, controle emocional e uma calma que assusta. Fernanda encara tudo isso com uma segurança que chamou atenção de quem estava assistindo e de quem comentou nas redes.
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Ela está absolutamente natural no papel, como se tivesse aguardado justamente uma vilã desse tamanho. E faz sentido. Fernanda ganhou uma oportunidade que nem sempre aparece para atrizes que ficaram marcadas por heroínas: um papel denso, com camadas e moral torta, que exige um outro tipo de entrega. E o afastamento das novelas acabou servindo como virada de chave. Ela volta renovada, mais precisa, e com uma leitura de cena que reforça cada mínima intenção da personagem.
Nesse momento, Samira é uma das forças de “Três Graças”. E muito disso está na interpretação de Fernanda, que aproveita a chance com cuidado e coragem. É o tipo de retorno que não só reposiciona uma atriz na dramaturgia, mas também abre caminho para uma fase mais ousada da carreira. Se essa é a nova Fernanda Vasconcellos, o horário nobre ganhou uma vilã à altura.