Opinião: Globo estreia sua primeira novela vertical e acerta com “Tudo por uma Segunda Chance”

Opinião: Globo estreia sua primeira novela vertical e acerta com “Tudo por uma Segunda Chance”

A Globo entrou de cabeça no consumo mobile com “Tudo por uma Segunda Chance”, sua primeira novela vertical, lançada nesta terça-feira (25). E o saldo inicial é positivo. A produção acerta o tom desde o primeiro capítulo. A história corre solta, tem ritmo ágil, narrativa viciante e episódios curtinhos – entre 2 e 3 minutos – que sempre deixam um gancho irresistível para o próximo.

É importante, no entanto, colocar o projeto no lugar certo. Novela vertical não é feita para quem procura tramas densas ou diálogos extensos. É um produto pensado para quem vê tudo pelo celular, em janelas rápidas de atenção. Por isso não faz sentido cobrar a profundidade que a Globo entregava em seus clássicos.

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Aliás, o remake de “Vale Tudo” já mostrava que a emissora anda mirando no imediatismo e na viralização, com conflitos que se resolvem em poucos capítulos. “Tudo por uma Segunda Chance” nasce consciente desse cenário e abraça essa proposta sem culpa. O texto é direto, simples e funcional, do jeito que o formato exige.

E o mais interessante é que a Globo finalmente parece ter entendido o potencial das narrativas verticais. Tecnicamente, funciona. A linguagem é adequada, o ritmo conversa com o público e a direção sabe usar bem a tela estreita para criar movimento. A história é leve, mas eficiente.

O elenco também sustenta a trama com energia. Jade Picon, Débora Ozório e Daniel Rangel formam um trio afinado, com presença e química. É uma grata surpresa ver Beth Goulart, Vanessa Gerbelli, Marcos Winter e Leonardo Brício de volta à teledramaturgia, mesmo que pela telinha vertical do celular.

“Tudo por uma Segunda Chance” não promete profundidade. Promete engajamento rápido e entretenimento direto ao ponto. E entrega exatamente isso. Para uma primeira aposta da Globo no formato, já dá para dizer que o caminho está bem sinalizado.

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