Determinada a lutar pela própria vida, a professora aposentada Edinelda, de 58 anos, natural de Sena Madureira, no interior do Acre, percorreu mais de 3 mil quilômetros até Blumenau, em Santa Catarina, em busca de uma nova chance de respirar melhor. Diagnosticada com hipertensão arterial pulmonar, uma doença rara que causa falta de ar e cansaço extremo, ela encontrou em um estudo clínico a esperança que transformou sua rotina e devolveu sua qualidade de vida.
“Viajei mais de 3 mil quilômetros para respirar e respirar melhor”, conta Edinelda, emocionada. “No Acre, eu nem sabia que existia pesquisa. Depois do diagnóstico, no hospital em Goiânia, descobri que poderia participar de um estudo clínico para testar novas medicações. Essa pesquisa tem me dado a oportunidade de viver e viver melhor.”
A professora relata que, antes de iniciar o tratamento experimental, não conseguia concluir sequer um teste de caminhada. “Eu sempre passava mal e precisava parar. Mas, com a medicação da pesquisa, consegui terminar o teste. Minha vida melhorou muito”, afirmou.
Mesmo longe da família, filhos e netos, Edinelda diz que valeu a pena cada sacrifício. Hoje, ela mora em Blumenau, onde segue acompanhada por uma equipe médica especializada. “Eu não me sinto cobaia, eu me sinto protagonista da ciência. Estou contribuindo não só para o meu futuro, mas para o de outras pessoas”, destaca.
Com coragem e esperança, Edinelda se tornou exemplo de superação e fé na medicina. Sua história mostra que a pesquisa científica pode ser uma ponte entre o sofrimento e uma vida com mais qualidade — e que, às vezes, é preciso atravessar o país para encontrar o fôlego de um novo começo.