A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira (13/11), uma nova etapa da Operação Fake Agents, no Rio de Janeiro, para aprofundar as investigações sobre um esquema de fraudes envolvendo o saque irregular de valores do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O grupo criminoso teria movimentado cerca de R$ 7 milhões, atingindo atletas, ex-jogadores e treinadores renomados. Entre as vítimas identificadas estão Paolo Guerrero, Gabriel Jesus, Ramires, João Rojas, Titi, Raniel, Christian Cueva, Donati, Tarouco, Obina e Paulo Roberto Falcão. As informações são do O Globo.
A PF informou ainda que há suspeitas de irregularidades relacionadas à conta do ex-treinador da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, o Felipão. Conforme as investigações, a fraude seria comandada pela advogada Joana Costa Prado Oliveira, que teria usado contatos dentro da Caixa Econômica Federal para liberar saques indevidos. A profissional teve sua inscrição na OAB suspensa. Em nota enviada ao GLOBO, a entidade afirmou que já havia instaurado um processo ético-disciplinar para apurar a conduta da advogada citada nas reportagens. Em setembro, o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-RJ determinou sua suspensão das atividades.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Reprodução/Redes Sociais Gabriel JesusReprodução Reprodução Raniele, no Corinthians (Reprodução) Reprodução Foto: Daniel Vorley/AGIF
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A operação, iniciada após a descoberta de um golpe milionário no nome do atacante peruano Paolo Guerrero, chegou à terceira fase nesta quinta-feira. Na primeira etapa, foram detectadas fraudes no FGTS do jogador; na segunda, os agentes identificaram que uma advogada liderava o esquema e falsificava documentos; e, agora, o foco das apurações se voltou a servidores da Caixa, suspeitos de facilitar o desvio de recursos de outros atletas e técnicos.
O caso veio à tona quando um banco particular denunciou a abertura de uma conta falsa em nome de Guerrero, por meio da qual foram desviados R$ 2,2 milhões em solicitações fraudulentas ao Fundo de Garantia.
Nesta fase, os agentes da PF cumpriram quatro mandados de busca e apreensão — três em imóveis de funcionários da Caixa, localizados na Tijuca, Ramos e Deodoro, e outro em uma agência no Centro do Rio.
As diligências recentes também revelaram novas vítimas, incluindo profissionais do futebol brasileiro e estrangeiros que passaram por clubes no país. Os investigados poderão responder por crimes como falsificação de documentos públicos, estelionato e associação criminosa, entre outros que possam ser identificados com o avanço das apurações.
Fraude em operação desde 2014
Segundo a Polícia Federal, o grupo atuava de forma organizada desde 2014, com o objetivo de desviar recursos do FGTS de atletas desligados de clubes. As investigações indicam a participação de empresários do meio esportivo, bancários, advogados e até ex-jogadores.
A dinâmica do golpe envolvia a identificação de atletas que haviam deixado recentemente suas equipes e ainda possuíam valores a receber do fundo. Com assinaturas falsificadas e uso de documentos adulterados, o grupo conseguia liberar os saques na Caixa Econômica Federal. O dinheiro era então transferido para contas abertas em nome das vítimas e, posteriormente, movimentado para contas de terceiros, com o intuito de dificultar o rastreamento das transações.