O governo federal está se mobilizando para garantir o comando da CPI do Crime Organizado, que será instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal, e evitar o tipo de reviravolta que ocorreu na CPMI do INSS. A comissão será central para o debate sobre segurança pública, especialmente no contexto eleitoral de 2026.
Entre os nomes cotados para presidir o colegiado estão os senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Jaques Wagner (PT-BA), considerados capazes de dialogar com a oposição e conduzir os trabalhos com equilíbrio. Na oposição, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que preside a Comissão de Segurança Pública do Senado, também é lembrado como opção, enquanto Sergio Moro (União-PR) aparece como alternativa, embora esteja focado na CPMI do INSS.
A composição da CPI deverá refletir a polarização política entre direita e esquerda. A distribuição de vagas entre base e oposição é apontada como equilibrada, e a relatoria deve ficar com Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do pedido de criação da comissão. Vieira já elaborou um plano de trabalho que pode ser votado já na terça-feira.
O senador defende que a comissão busque um consenso técnico, ouvindo profissionais que atuam diretamente no combate ao crime organizado — como policiais, peritos, juízes e promotores — antes de ouvir autoridades políticas, incluindo secretários, ministros e governadores. A meta é elaborar um plano nacional de segurança pública consistente, com continuidade e investimento, mas permitindo ajustes legislativos pontuais diante da grande quantidade de propostas já em tramitação sobre o tema.