O advogado Frederick Wassef (foto em destaque) afirma ser vítima de uma implacável perseguição empreendida por um ex-aliado do Partido Liberal (PL) em Atibaia, no interior paulista, com uso de áudios distorcidos e inteligência artificial para atingir sua honra.
Wassef procurou a Polícia Civil para acusar o o ex-vice-presidente do PL na cidade Júnior Humberto de Oliveira, conhecido como “Juninho do Cachorro Quente”, de ameaçá-lo por meio de mensagens distorcidas e uso de inteligência artificial em vídeos e fotos. Um inquérito policial foi aberto para investigar o caso.
Como mostrou o Metrópoles nesta terça-feira (18/11), Juninho divulgou áudios de supostas ameaças de morte que teria sofrido de Wassef. Nas gravações expostas, o advogado bolsonarista fala em “atirar na cara” do político e sugere que ele se mate. Em uma foto, Wassef aparece com uma arma apontada para a própria cabeça.
Advogado Frederick Wassef se diz ameaçado por Juninnho e seu advogado
Igo Estrela/Metrópoles
Suplente de vereador de Atibaia, Juninho do Cachorro Quente é vice-presidente do PL local e trava uma guerra com Frederick Wassef
Reprodução
Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro. O ex-assessor já foi preso em uma casa de Wassef em Atibaia
Reprodução/Redes Sociais
Conhecido defensor da família Bolsonaro, ele foi à Polícia Civil em Atibaia para relatar que vem sendo ameaçado por Juninho desde outubro de 2024. Tudo, segundo ele, a mando do advogado Edevaldo de Oliveira, que é seu conhecido de muitos anos e ficou famoso no passado por ter estado com Fabrício Queiroz quando o ex-assessor estava escondido em sua chácara em Atibaia.
Wassef e Oliveira foram advogados de Juninho no processo em que ele foi preso por atirar contra o vice-prefeito de Atibaia. Com o tempo, o advogado bolsonarista colocou Oliveira de presidente e Juninho de vice do PL na cidade. Ele se diz extorquido pela dupla após deixar de atender pedidos políticos deles para ficar no PL e por cargos na prefeitura.
Em um boletim de ocorrência feito no dia 11 de novembro, Wassef afirmou que tem sido torturado “psicologicamente e emocionalmente, desde outubro de 2024, sofrendo extorsão, ameaças, calúnias, difamação, injúria, ofensas, monitoramento, perseguição física e pessoal”.
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Relatou ainda que Juninho tem um “grupo de jornalistas cooptados” para “explodir Frederick Wassef”. Ele disse que o político enviou mensagens de madrugada dizendo: “Continua me ameaçando. Não tenho medo de você”. Ele ainda afirma que Juninho grava todas as pessoas com quem conversa, edita e manipula áudios e vídeos com uso de inteligência artificial.
Ele afirma que Juninho age a mando de Edevaldo de Oliveira porque o advogado teria ficado insatisfeito por não ter tido influência na nomeação de secretários após a campanha eleitoral de 2024, que levou à eleição do prefeito Daniel Martini (PL), além de querer empregar familiares na legenda.
O advogado, segundo Wassef, teria colocado Juninho para pressioná-lo com ameaças e informações falsas. Ele ainda disse que Oliveira lhe ameaçou diretamente, dizendo que tem amigos na polícia e no Ministério Público.
Procurados pelo Metrópoles, Juninho e Oliveira não se manifestaram. O espaço segue aberto.
Leia a íntegra da nota enviada por Frederick Wassef
“Sou vítima de ameaça de morte, extorsão e vários outros crimes por parte de Junior Humberto de Oliveira, que, auxiliado pelos demais criminosos de sua quadrilha, usa inteligência artificial para fabricar diversas fotos fakes e materiais criados e fraudados de toda ordem, com o objetivo de causar escândalo na mídia, fingir ser vítima e enganar as autoridades.
Existem inquéritos na polícia nos quais ele é o investigado, e eu sou a vítima. Essas falsas acusações feitas por ele contra mim são ardil e armadilha para ele fingir ser vítima perante o público e para tentar obstruir as investigações contra ele. Desafio a colocarem as supostas gravações na íntegra, sem cortes, sem edição e sem uso de I.A. Desafio a entregarem o aparelho original usado nas gravações clandestinas para a perícia na polícia. Após a entrega e a perícia, a verdade será provada e a farsa deles cairá por terra.
O autor e mentor dessa engenharia criminosa de fraudes e mentiras, e outro membro da quadrilha, é Edevaldo de Oliveira, ex-presidiário, ladrão de caminhões e cargas, que foi preso e condenado a quase 10 anos de cadeia na penitenciária. Junior também é ex-presidiário e réu em processo criminal de tentativa de homicídio. Dois ex-presidiários, criminosos e perigosos, estão simulando e fingindo ser vítimas.”