O Acre registrou uma queda de mais de 20% na taxa de abandono do tratamento para o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), um resultado comemorado pelas autoridades de saúde do estado. Mesmo assim, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), ainda existem mais de 300 pessoas que interromperam o acompanhamento médico.
“Até 2024, tínhamos cerca de 405 pessoas que estavam em abandono de tratamento. Neste ano, conseguimos reduzir para 317, o que representa uma queda de aproximadamente 22%”, afirmou Jozadaque Beserra, chefe do Núcleo de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) da Sesacre.
Entre as estratégias adotadas para manter os pacientes no acompanhamento estão campanhas de conscientização e busca ativa. A campanha Dezembro Vermelho, mobilização nacional que ocorre todo mês de dezembro, promove palestras, testes rápidos e ações educativas sobre HIV, Aids e outras ISTs. Segundo Beserra, o objetivo é reforçar a comunicação com os pacientes, resgatar quem interrompeu o tratamento e garantir que todos recebam o acompanhamento adequado.
Além da redução no abandono, os casos de HIV no Acre também diminuíram nos últimos três anos. Até novembro de 2025, foram registrados 283 casos, contra 353 em 2024 e 317 em 2023. Os meses com maior número de detecções neste ano foram junho, setembro e outubro.
Quem recebe o diagnóstico de HIV inicia o acompanhamento nos Serviços de Assistência Especializada (SAE), localizados em Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Sena Madureira.
Outra ferramenta importante na prevenção é a profilaxia pré-exposição (PrEP), um medicamento antirretroviral indicado principalmente para pessoas com maior risco de exposição ao vírus, como quem não usa preservativo regularmente. Disponível gratuitamente para pessoas a partir de 15 anos, a PrEP, combinada ao uso de preservativos, apresenta até 95% de eficácia na prevenção de infecções por HIV.
“Realizamos capacitações nos municípios sobre a PrEP e sua importância. A expectativa é que, com sua expansão, os casos de transmissão continuem diminuindo nos próximos anos”, destacou Beserra.
As ações de conscientização, prevenção e acompanhamento são consideradas fundamentais para reduzir tanto o abandono quanto a incidência de HIV no Acre, fortalecendo a saúde pública e a qualidade de vida dos pacientes.