A taxa de internação de jovens entre 15 e 29 anos por problemas de saúde mental no Acre ultrapassa a média do país, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (9) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Entre 2022 e 2024, o estado registrou 510.565 atendimentos hospitalares desse público, dos quais 32.348 foram relacionados a transtornos mentais — cerca de 6% do total.
O Acre registrou 671 internações por 100 mil jovens, enquanto o índice nacional ficou em 579,5. O levantamento também aponta que jovens procuram menos a Atenção Primária à Saúde (APS) para questões de saúde mental, mesmo sendo a principal porta de entrada do SUS.
Segundo André Sobrinho, coordenador da Agenda Jovem Fiocruz, a rotina intensa e as condições de trabalho ajudam a explicar a baixa procura por cuidado psicológico.
“Jovens são os que mais sofrem violências e acidentes de trabalho e, ainda assim, são os que menos procuram atendimento. Agem como se precisassem suportar tudo por serem jovens”, afirma.
O estudo revela diferença significativa entre homens e mulheres. No Acre, 1.737,5 homens de 25 a 29 anos precisaram ser internados por transtornos mentais a cada 100 mil habitantes — quase três vezes mais que as mulheres da mesma faixa etária, que registraram 264,8 internações.
Confira as taxas por faixa etária:
| Faixa etária | Homens (por 100 mil) | Mulheres (por 100 mil) |
|---|---|---|
| Menor de 15 anos | 54,8 | 46,3 |
| 15 a 19 anos | 803,8 | 410,4 |
| 20 a 24 anos | 1.514,6 | 624,8 |
| 25 a 29 anos | 1.737,5 | 264,8 |
| 30 anos ou mais | 1.374,5 | 633,5 |
Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) oferecem atendimento gratuito especializado. Veja os endereços:
Rio Branco
-
Caps AD III (Álcool e outras Drogas) – Rua Luiz Z. da Silva, 364, Conjunto Manoel Julião. Contato: (68) 3227-5134
-
Caps II Samaúma – Rua Vênus, 316, Morada do Sol. Contato: (68) 3223-9532
-
Caps Samaúma III – Rua São José, 20, Nova Esperança. Contato: (68) 3212-7389
Cruzeiro do Sul
-
Caps Náuas – Tereza Biloto – Rua Tarauacá, 84, Coab. Contato: (68) 3322-1060
O estudo reforça a necessidade de ampliar políticas públicas voltadas à saúde mental da juventude, especialmente para facilitar o acesso aos serviços e reduzir o número de internações.