Um avião de passageiros da companhia JetBlue precisou suspender a subida logo após decolar de Curaçao, no Caribe, com destino a Nova York, após se aproximar perigosamente de uma aeronave militar dos Estados Unidos. O caso aconteceu na sexta-feira (12/12) e foi revelado pela agência Associated Press, em um momento de aumento da presença militar americana nas proximidades da Venezuela durante o governo de Donald Trump.
De acordo com a reportagem, a agência teve acesso ao áudio da conversa entre o piloto do voo comercial e o controle de tráfego aéreo. Na gravação, o comandante relata que um avião-tanque da Força Aérea dos EUA atravessou a rota da aeronave civil sem estar com o transponder ativado, equipamento essencial para identificação e monitoramento em voo.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Avião da JetBlue cruzou a rota a menos de cinco milhas e sem transponder ligadoFoto: Reprodução/X
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“Quase tivemos uma colisão no ar”, disse o piloto na comunicação. Ele também informou que o avião militar estava a aproximadamente 4,8 quilômetros de distância e voando na mesma altitude. “Tivemos de parar a subida.”
Ainda segundo a Associated Press, após a manobra feita pelo avião da JetBlue, a aeronave militar mudou de trajeto e seguiu rumo ao espaço aéreo da Venezuela. O porta-voz da companhia aérea, Derek Dombrowski, declarou no domingo (14) que o ocorrido foi oficialmente comunicado às autoridades dos Estados Unidos.
“Participaremos de qualquer investigação”, afirmou. “Nossos tripulantes são treinados nos procedimentos adequados para várias situações de voo, e agradecemos à nossa tripulação por relatar prontamente esta situação à nossa equipe de liderança.”
Procurada pela agência de notícias, a Força Aérea americana não se manifestou sobre o episódio.
Desde setembro, os Estados Unidos intensificaram significativamente sua presença militar na costa venezuelana, com o envio de armamentos e meios navais de grande porte, incluindo o USS Gerald Ford, considerado o maior porta-aviões do mundo.
Nas últimas semanas, forças americanas realizaram ataques a mais de 20 embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico, resultando em mais de 80 mortes. O governo Trump alegou, sem apresentar provas, que os barcos estariam ligados ao tráfico internacional de drogas.
No mês passado, a Administração Federal de Aviação (FAA) emitiu um comunicado recomendando que aeronaves “tenham cautela” ao operar no espaço aéreo da Venezuela, “devido à deterioração da situação de segurança e ao aumento da atividade militar dentro ou ao redor da Venezuela”.