Um passageiro em tratamento de hipertireoidismo desmaiou no Aeroporto de Brasília na madrugada dessa quinta-feira (11/12) após enfrentar uma sequência de cancelamentos na viagem entre Florianópolis e Manaus. A situação ocorreu em meio ao efeito cascata provocado pelo ciclone que atingiu São Paulo e desorganizou a malha aérea em todo o país.
Rayrison Soares Conceição, 34 anos, seguia para Manaus, onde teria uma consulta decisiva para avaliar a necessidade de cirurgia. Ele desembarcou em Brasília por volta das 22h de quarta-feira (10/12), após horas tentando remarcar a passagem. Em meio a tanto a estresse, começou a sentir sinais de paralisia — complicação ligada ao hipertireoidismo. No áuge do desconforto, acabou desmaiando no terminal.
O atendimento inicial foi feito pela equipe médica do próprio aeroporto. Em seguida, Rayrison foi levado para a UPA do Núcleo Bandeirante, onde recebeu suporte especializado. Ele teve alta no início da tarde e, sem hospedagem disponível, retornou diretamente ao terminal para tentar prosseguir viagem.
Segundo a Inframérica, concessionária do Aeroporto de Brasília, até as 19h dessa quinta-feira, 58 voos haviam sido cancelados e outros 12 estavam atrasados em razão dos impactos do ciclone.
Cancelamentos e atrasos no Aeroporto de Brasília provocados pelo ciclone deixam passageiros em situação de estresse
Fernanda Cavalcante/Metrópoles
Paciente com hipertireoidismo recebe atendimento médico após desmaiar no terminal do Aeroporto de Brasília
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Horas de espera e remarcações complicam viagens e aumentam o risco para passageiros com condições de saúde
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Malha aérea afetada pelo ciclone causa cancelamentos e atrasos em Brasília, deixando dezenas de voos comprometidos
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Entenda a condição
A paralisia periódica hipocalêmica tireotóxica é uma complicação rara do hipertireoidismo — condição em que a tireoide produz hormônios em excesso. O quadro provoca episódios súbitos de fraqueza muscular, principalmente nas pernas, e pode evoluir para paralisia temporária dos membros.
Crises costumam ser desencadeadas por fatores como estresse intenso, esforço físico ou refeições ricas em carboidratos. Em casos graves, os pacientes podem perder completamente a força para realizar movimentos simples.
O tratamento envolve a reposição rápida de potássio e o controle rigoroso do hipertireoidismo, podendo incluir cirurgia em situações específicas.