Uma mulher, de 40 anos, foi encontrada morta, já em estado de decomposição, na casa onde morava havia dois meses, no Tremembé, na zona norte de São Paulo, na manhã do último domingo (14/12). Segundo a polícia, Rôsegleizia da Silva Menezes estava com sinais de início de putrefação e teria sido morta dois ou três dias antes.
Ao chegar no imóvel, os PMs encontraram a vítima caída em um colchão, no interior da casa, com uma lesão grave na região do pescoço. A porta da sala estava entreaberta e uma faca foi encontrada embaixo do corpo. O celular da mulher estava ao lado dela. Ambos os objetos foram apreendidos e devem passar por perícia.
Morta dias antes, apontam indícios
Rôsegleizia trabalhava em uma empresa de segurança em quatros dias da semana, entre 17h30 e 23h30.
Segundo os funcionários, ela foi vista pela última vez no local na noite de quarta-feira (10/12). No dia seguinte, quinta-feira (11/12), familiares tiveram o último contato com a mulher.
Os relatos e o estado em que o corpo foi encontrado levam a polícia a crer que ela já estaria morta dias antes de ser encontrada.
O caso foi registrado como homicídio no 73° Distrito Policial (Jaçanã), que requisitou assessoramento ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Quem é a mulher encontrada morta
Segundo o boletim de ocorrência, obtido pelo Metrópoles, Rôsegleizia tinha um filho de 20 anos, de um relacionamento anterior, e no momento estava solteira.
Ela morava sozinha na casa onde foi encontrada morta, na rua Pedro Furquim, havia apenas dois meses. O imóvel foi adquirido com a intenção de passar por reformas, para que o filho fosse morar com a mãe.
As obras estavam em andamento quando o crime aconteceu, e eram realizadas por um vizinho.
Leia também
-
Feminicídio: cidade de São Paulo bate recorde de casos em 2025
-
Morte misteriosa de cantora é investigada como possível feminicídio
-
Gritos e marcas de sangue: mulher de 80 anos é achada morta em casa
-
Homem mata companheira de 21 anos a tiros e foge no interior de SP
Polícia não menciona suspeitos
O vizinho, que não tem antecedentes criminais, foi ouvido pela polícia – assim como os familiares, colegas de trabalho e demais testemunhas do caso.
Tanto no boletim de ocorrência quanto na nota encaminhada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) à reportagem, não há menção a potenciais suspeitos.
Apesar disso, o B.O. aponta que o ex-companheiro de Rôsegleizia foi alvo de inquéritos policiais instaurados entre 2004 e 2023. Ele foi investigado por crimes patrimoniais, tráfico de drogas e violência doméstica. Mais recentemente, foi impronunciado por um homicídio ocorrido em 2023.
Além do depoimento das testemunhas e da pesquisa sobre os antecedentes do ex-companheiro, a Polícia Civil apreendeu objetos encontrados no local do crime e solicitou a inserção do perfil genético da vítima no Banco Nacional de Perfis Genéticos.
A corporação também solicitou exames exames necroscópico, toxicológico, subungueal (material encontrado nas unhas), sexológico, de útero gravídico e de coleta de material genético ao Instituto Médico Legal (IML).
“Durante o plantão, não foi possível identificar cabalmente a autoria delitiva. Isto posto, lavra-se o presente informativo versando sobre homicídio (art. 121 do Código Penal), instaurando-se de imediato o competente inquérito policial para a cabal apuração dos fatos”, escreveu a autoridade policial no boletim de ocorrência.