O advogado Eduardo Kuntz, que representa o ex-assessor Marcelo Câmara, afirmou, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que o cliente dele atuava como “bombeiro” das bobagens cometidas pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
No julgamento do núcleo 2 da trama golpista, Kuntz alegou que o ex-assessor trabalhava para resolver problemas de Cid, seu superior dentro do escopo da Presidência da República.
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“Quando ele fica sabendo do problema, ele imediatamente determina que seja desfeito. Se ele tivesse ciência — ciência do que estava acontecendo — ele teria feito exatamente a mesma coisa: teria interrompido. Relacionada a qualquer operação, seja ela qual for, ele certamente, a exemplo do que fez aqui, teria tomado exatamente a mesma providência para interromper algo ilícito que pudesse comprometer o governo — que é ele próprio”, destacou.
Kuntz prosseguiu: “Esse é o coronel Marcelo Câmara: é o bombeiro das bobagens que o Cid fazia. […] Coronel Cid usou Marcelo Câmara dentro de suas funções administrativas”.
Câmara, que atuou como ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), é réu pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo à vítima, além de deterioração de patrimônio tombado e concurso material.
PGR pede condenação
Nesta terça, o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, manifestou-se pela condenação dos seis réus acusados de trama para chegar a um golpe de Estado em 2022, que compõem o chamado núcleo 2. Durante a sustentação oral, Gonet destacou que o grupo mirava a instalação de “caos social” para provocar uma intervenção criminosa.
Gonet ainda frisou que “o cenário que estava sendo promovido era de aberta violência imposta à premissa sobre a materialidade do crime”. “É certo que os denunciados neste processo aderiram aos propósitos ilícitos da organização criminosa e contribuíram para os eventos penalmente relevantes em apreço”, afirmou o PGR, durante julgamento.