O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para que ele seja transferido da sede da Polícia Federal, em Brasília, onde está preso, e internado em um hospital particular da capital federal. A solicitação prevê a internação nesta quarta-feira (24/12), véspera de Natal, para a realização de exames preparatórios para uma cirurgia.
De acordo com documento enviado ao STF nesta terça-feira (23/12), segundo reportagem do G1, a equipe médica informou que a previsão é de que o procedimento cirúrgico seja realizado na quinta-feira (25/12). “A fim de que cirurgia indicada pela equipe médica e confirmada pela perícia realizada pela Polícia Federal seja realizada, e conforme agenda da equipe médica responsável pelo procedimento cirúrgico, requer-se que o Peticionário seja conduzido e internado no hospital DF Star, na data de amanhã, quarta-feira, dia 24 de dezembro, a fim de que possa ser submetido aos exames necessários e preparatórios ao procedimento cirúrgico”, escreveram os advogados do político.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Bolsonaro registra presença no jardim de casa no quinto dia do julgamento no STFReprodução: Metrópoles Frederick Wassef, ex-advogado de Jair Bolsonaro, com o ex-presidenteFoto: Antonio Molina/Estadão Conteúdo Jair Messias BolsonaroReprodução: Globo Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliarFoto: @hugobarretophoto/Metrópoles Jair Messias Bolsonaro e CarlosReprodução: Instagram/@carlosbolsonaro
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Após o pedido, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem prazo de 24 horas para se manifestar. Em seguida, caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, decidir sobre a autorização para a saída de Bolsonaro da custódia da Polícia Federal.
Moraes já havia autorizado a realização da cirurgia após a perícia da Polícia Federal confirmar o diagnóstico apresentado pela equipe médica do ex-presidente. O exame foi realizado pelo Instituto Nacional de Criminalística e concluiu que Bolsonaro apresenta hérnia inguinal bilateral, condição que afeta ambos os lados da região da virilha e demanda intervenção cirúrgica.
Segundo o laudo, o procedimento é classificado como eletivo, ou seja, não se trata de um caso de urgência ou emergência. Ainda assim, os peritos recomendaram que a cirurgia seja realizada “o mais breve possível”, a fim de evitar agravamento do quadro clínico.
A perícia também apontou “piora progressiva” da condição de Bolsonaro, possivelmente causada pelo “aumento da pressão intra-abdominal decorrente dos soluços e da tosse crônica”.
A autorização para o procedimento foi concedida por Alexandre de Moraes na última quinta-feira (19/12), quando o ministro também negou o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa. Até então, no entanto, não havia sido protocolado um requerimento formal para definição da data da cirurgia, o que ocorreu apenas nesta terça-feira.
Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro, após violar a tornozeleira eletrônica que utilizava. O ex-presidente confessou ter tentado abrir o equipamento com um ferro de solda.
Moraes determinou, três dias depois, que Bolsonaro iniciasse o cumprimento da pena de mais de 27 anos de reclusão no mesmo local.