O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL/AM) elevou o tom contra o governo Luiz Inácio Lula da Silva ao comentar, em entrevista ao portal LeoDias, tanto o veto ao projeto do cordão de girassóis quanto às recentes declarações do presidente sobre segurança pública e crime organizado. Para o parlamentar, o governo demonstra contradição entre o discurso internacional e o que chama de desmonte interno da política de combate às organizações criminosas.
Ao comentar a declaração de Lula de que teria discutido segurança pública com Donald Trump, o deputado afirmou que a posição do Planalto não condiz com a prática. “Infelizmente, o governo Lula dialoga muito mal com a segurança pública”, disse.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Megaoperação foi deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de JaneiroFoto: José Lucena/TheNews2/Estadão Conteúdo Capitão Alberto Neto (PL/AM) em Sessão Deliberativa ExtraordináriaFoto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva se encontraram na MalásiaFoto: Ricardo Stuckert Lula em entrevista à jornalistas na ONU antes de embarcar de volta para BrasíliaReprodução: YouTube/CanalGov Jair Bolsonaro preso na PF em BrasíliaReprodução: GloboNews
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Para ele, o Executivo perdeu a chance de avançar em medidas mais duras no PL Antifacção: “O governo dos Estados Unidos pediu para que o governo brasileiro classificasse o PCC, o Comando Vermelho, como organizações terroristas, porque eles estão em muitos lugares e desafiaram o Estado. Cidades do Ceará, várias foram esvaziadas. Na guerra agora no Rio de Janeiro, estão utilizando armas de guerra, drones para soltar bombas. A escalada dessas organizações criminosas chegou ao ponto de causar terror, causar o terrorismo realmente na população. E o governo brasileiro se negou, inclusive o projeto não teria apoio se transformasse as organizações criminosas em grupo terrorista. Então a gente perdeu uma chance de avançar”, criticou.
Segundo Alberto Neto, diante desse cenário, o governo falha em apoiar as forças de segurança: “O governo Lula estava preocupado com a morte dos criminosos. Não se preocuparam em nenhum momento com a morte dos quatro policiais, os quatro heróis que subiram lá para pacificar e tentar reduzir a força dessas organizações criminosas. Então a gente vê que, quando a polícia não tem o apoio do Estado, os policiais não têm o apoio do Estado, a tendência é um recuo”.
Ao falar sobre estrutura, Alberto Neto afirma que o país vive um retrocesso operacional e orçamentário. “Nós temos um governo que investe mais em Facebook do que no combate às organizações criminosas. Em fazer propaganda do seu governo e, realmente, fazer um trabalho efetivo em segurança”, declarou o parlamentar.
Ele relatou ter visitado a Base Anzol, no Amazonas, uma estrutura federal usada para combater o tráfico internacional. Segundo ele, está abandonada: “Eu fui lá fiscalizar, a Base Anzol praticamente desativada, sem recurso para dar continuidade no trabalho. O Ministério da Justiça não está pagando mais as diárias dos policiais para fazer esse combate. Mostrando a ineficiência e o desinteresse do governo em investir em segurança pública”. Para o deputado, isso abre caminho para a expansão das facções.
“Estamos vivendo uma ditadura do Judiciário”, diz sobre prisão de Bolsonaro
Alberto Neto também foi questionado sobre o contraste entre Lula se apresentar como autoridade moral na área de segurança enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro permanece preso. Segundo ele, a detenção do ex-presidente é fruto de perseguição política. “O presidente Bolsonaro está sendo perseguido pela justiça brasileira. Por esse governo, que jurou fazer realmente essa perseguição. Enganaram falando que ia ser o governo do amor, mas é o governo do ódio e da vingança”.
O parlamentar também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF): “Nós temos uma Suprema Corte extremamente politizada, política e a serviço deste governo, a serviço do governo Lula, para perseguir a direita, para implementar uma ditadura da Toga, para trabalhar em favor deles mesmos”, disse, ainda comparando o processo contra o ex-presidente a práticas históricas de exceção. “O que aconteceu com o Bolsonaro é o que aconteceu na Inquisição. É o que aconteceu lá no Tribunal Popular, na época da Alemanha, caminhando para a Alemanha nazista. É o que acontece em ditaduras”.
O deputado ainda rebateu a tese de que Bolsonaro teria fomentado os atos de 8 de janeiro: “O Bolsonaro não planejou o golpe. Ele estava nos Estados Unidos na época do 8 de janeiro. Foi preso na prisão preventiva, uma prisão totalmente ilegal, arbitrária”, defendeu.
Para Alberto Neto, o Brasil só terá uma política de segurança eficaz quando adotar uma agenda de investimentos e endurecimento penal. Ele defende três frentes imediatas: aumento massivo de investimento em segurança; endurecimento das penas e revisão do Código Penal; e política penitenciária ampliada.
O portal LeoDias procurou a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto para posicionamento sobre as questões levantadas pelo deputado federal. O espaço está aberto para esclarecimentos.