O ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro usou as redes sociais para criticar a campanha publicitária da Havaianas estrelada pela atriz Fernanda Torres e pediu boicote à marca. Em um vídeo publicado no domingo (21/12), ele aparece jogando um par de chinelos no lixo e afirma estar decepcionado com a empresa.
Segundo Eduardo, a escolha de Fernanda Torres como garota-propaganda teria afastado a marca de seus valores. “Eu achava que isso daqui era um símbolo nacional, mas me enganei. Eles escolheram uma pessoa declaradamente de esquerda”, afirmou. O vídeo foi gravado nos Estados Unidos, onde o ex-parlamentar reside atualmente.
A reação ocorreu após a veiculação de um comercial em que Fernanda Torres convida os brasileiros a não começarem o novo ano “com o pé direito”, mas sim “com os dois pés”, em uma mensagem de incentivo à atitude e ao engajamento pessoal. Apesar de não haver referência política explícita, apoiadores da extrema-direita interpretaram a fala como um ataque ideológico.
Eduardo também citou pessoas presas após os atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, ao justificar sua indignação com a campanha. Ele classificou a propaganda como mais um exemplo de empresas que, segundo ele, “lacram” e acabam perdendo consumidores.
Na última quinta-feira (18), a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro por excesso de faltas. Ele esteve ausente em 63 das 78 sessões deliberativas realizadas neste ano.
O movimento de boicote à Havaianas também foi defendido por outros políticos da direita, como o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), que afirmou ver “propaganda subliminar” na campanha, especialmente por mencionar o ano de 2026, quando ocorrerá a próxima eleição presidencial.
No comercial, Fernanda Torres afirma que a mensagem não tem relação com sorte, mas com iniciativa. “O que eu desejo é que você comece o ano com os dois pés: na porta, na estrada, onde quiser. Vai com tudo, de corpo e alma”, diz a atriz.
Até o momento, a Havaianas não se manifestou oficialmente sobre as críticas e o pedido de boicote.