A enchente do Rio Acre já provocou o desalojamento de mais de 400 pessoas em Rio Branco. De acordo com dados da Prefeitura da capital e do governo do estado, 411 pessoas, pertencentes a 141 famílias, estão atualmente acolhidas em sete abrigos, instalados em escolas e centros culturais.
Além dos desabrigados, a Defesa Civil Municipal informou que 216 famílias estão desalojadas, ou seja, tiveram que deixar suas casas, mas se abrigaram em residências de parentes ou amigos. Desse total, 138 famílias solicitaram apoio da Defesa Civil para a remoção, enquanto 78 saíram por conta própria.
Mesmo sem registro de chuvas nas últimas 24 horas na capital, o nível do Rio Acre continua subindo. Na medição das 9h desta segunda-feira (29), o manancial atingiu 15,36 metros, o que representa um aumento de 42 centímetros em relação ao dia anterior.
Moradora do bairro Seis de Agosto, Janaína Brenna, de 22 anos, afirmou que a cheia em pleno mês de dezembro surpreendeu a população.
“Ninguém esperava que ainda este ano a alagação viesse com tanta força. Normalmente acontece em fevereiro ou março. Perto do Natal e do Ano Novo, quando a gente pensa em festejar, acontece isso. Com criança, a situação fica ainda mais difícil”, desabafou.
Segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, o Rio Acre é monitorado desde 1970 e apenas uma vez foi registrado um transbordamento desse porte no mês de dezembro, em 1975, há cerca de 50 anos.
Atualmente, há seis abrigos montados pela Prefeitura de Rio Branco e um pelo governo do estado. Os locais de acolhimento são:
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Escola Álvaro Rocha – Bairro Conquista
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14 famílias | 51 pessoas
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Escola Anice Jatene – Bairro Geraldo Fleming
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16 famílias | 56 pessoas
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Escola Maria Lúcia – Bairro Morada do Sol
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13 famílias | 38 pessoas
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Escola Georgete Eluan Kalume – Bairro Cadeia Velha
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8 famílias | 31 pessoas
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Escola Marilda Gouveia Viana – Bairro João Eduardo I
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9 famílias | 58 pessoas
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Centro de Cultura Mestre Caboquinho – Bairro Vila Maria (Estrada do Aeroporto)
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75 famílias | 130 pessoas
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Escola Estadual Leôncio de Carvalho (abrigo indígena) – Bairro Benfica
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6 famílias | 47 pessoas
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O volume de chuvas também chama atenção. Até este domingo (28), Rio Branco acumulou 483 milímetros de chuva, enquanto a média esperada para todo o mês de dezembro era de 265 milímetros, representando um índice 97% acima do normal.
O coronel Cláudio Falcão explicou que, diante da alta demanda, existem protocolos a serem seguidos para garantir a segurança e a organização das ações. “Temos que abrir abrigos de forma imediata, utilizar escolas, fazer a remoção das famílias e trabalhar em conjunto com o Corpo de Bombeiros, que é nossa base operacional. As ocorrências devem ser registradas pelo 193, para que entrem no sistema e possamos agir rapidamente”, destacou.
Em razão da situação de emergência, a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos informou que o atendimento ao público em geral no Restaurante Popular está suspenso por tempo indeterminado, com o objetivo de concentrar os serviços exclusivamente nas pessoas afetadas pela cheia e na população em situação de rua.