A TV Globo reagiu às declarações do presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, que fez ofensas pessoais à jornalista Renata Mendonça, durante a apresentação dos resultados financeiros do clube para 2025, realizada na última terça-feira (23/12). O dirigente utilizou termos pejorativos ao rebater críticas da imprensa sobre a gestão do futebol feminino na agremiação rubro-negra.
Em comunicado oficial divulgado em uma matéria do portal GE, a emissora condena a postura do presidente do clube. Na nota, a Globo classifica a atitude de Bap como um “ataque gratuito e misógino” contra uma de suas profissionais, reforçando ainda o repúdio a qualquer tipo de ofensa pessoal e reiterando seu compromisso com o respeito às mulheres.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Bap e Filipe LuísReprodução Renata MendonçaReprodução Renata MendonçaReprodução Renata Mendonça, jornalista da GloboReprodução Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo em reunião do Conselho Deliberativo do clubeReprodução/Mariana Sá/Flamengo
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A emissora também destacou que defende o direito à crítica e à liberdade de opinião, desde que essas manifestações não ultrapassem o limite do insulto, como ocorreu no episódio envolvendo o dirigente do Flamengo.
“A Globo repudia o ataque gratuito e misógino do dirigente do Flamengo a uma de suas profissionais e reitera seu profundo respeito às mulheres e a opiniões críticas que não ofendam nem insultem quem quer que seja”, diz a nota na íntegra.
Insulto do presidente do Flamengo
O episódio ocorreu enquanto Luiz Eduardo Baptista comentava o cenário econômico do futebol feminino. Ao abordar questões relacionadas à audiência e aos direitos de transmissão, o presidente direcionou sua insatisfação a uma comentarista específica, sem citá-la nominalmente, mas utilizando características físicas para desqualificá-la diante da plateia e de outros dirigentes presentes.
“Tem lá a ‘nariguda da Globo’ que fica falando mal da gente e tudo mais, do futebol, que não estimula”, afirmou. A fala teve repercussão imediata pelo tom agressivo e pela natureza pessoal da ofensa.
Ainda durante sua fala, Bap sugeriu que a jornalista deveria atuar internamente na emissora para mudar a realidade financeira do esporte, em vez de apenas criticar o clube, e condicionou a melhora do cenário a um aumento no aporte financeiro por parte da empresa.
“Dá vontade de falar: ‘Filha, convence a sua empresa a colocar R$ 10 milhões, R$ 20 milhões por ano em direito de transmissão que a coisa fica melhor’”, afirmou, utilizando ainda um ditado popular adaptado, reforçando sua postura: “Pau que dá em João tem de bater em Maria também”.
Contexto financeiro
A declaração surgiu no momento em que Bap comparava os números do futebol masculino e feminino. Ele argumentava sobre a distribuição dos lucros dos pacotes de marketing, sugerindo que as emissoras de televisão concentram a maior parte das receitas e não repassam valores considerados justos aos clubes.
Segundo o dirigente, embora a audiência do futebol feminino esteja em crescimento, ela ainda não se equipara à do masculino. Ainda assim, defendeu que a diferença de tratamento financeiro não deveria ser tão discrepante quanto a praticada atualmente pelo mercado de mídia.