Hytalo Santos nega teor sexual em vídeos com menores e diz que conteúdo era sobre “bregafunk”

Hytalo Santos e o marido, Israel Vicente, em depoimento à Justiça — Foto: Reprodução/TV Globo

O influenciador Hytalo Santos, preso desde agosto junto com o marido, Israel Nata Vicente, negou em depoimento à Justiça que os vídeos produzidos com adolescentes tinham caráter sexual. Ele afirmou que o conteúdo divulgado nas redes retratava a cultura do bregafunk e a rotina de periferia. O depoimento, obtido pela TV Globo e exibido no Fantástico, foi divulgado neste domingo (30).

Acusados de tráfico de pessoas, produção de pornografia infantil e exploração de vulneráveis, Hytalo e Israel seguem presos após o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) negar novo pedido de habeas corpus na sexta-feira.

Depoimentos

Durante a audiência, Hytalo afirmou que jamais gravou vídeos com cenas pornográficas e que as coreografias mostradas eram típicas da cultura de periferia:

Eu nunca gravei vídeos com cunho sexual. A gente mostrava nossa rotina e a cultura do bregafunk, que é muito forte entre Recife e João Pessoa. Para quem é da periferia, aquilo é dança e arte, não pornografia — declarou.

O marido dele reforçou essa versão:

A nossa vida era familiar. A dança era a forma que encontramos de sair da pobreza e construir algo — disse Israel.

Como começou o caso

O caso ganhou repercussão após o youtuber Felca publicar um vídeo sobre a adultização de menores nas redes sociais, que acumulou mais de 51 milhões de visualizações. A denúncia levou políticos a discutir novas medidas de proteção infantil, resultando na aprovação de uma lei federal voltada ao tema.

Segundo o Ministério Público, Hytalo reunia um grupo de jovens — apelidados de “crias”, “filhas” e “genros” — muitos adolescentes e alguns supostamente menores de 12 anos, que viviam sob sua tutela em uma casa onde ele centralizava as gravações. Ele negou ter crianças tão novas morando com ele, mas admitiu que pelo menos quatro adolescentes residiam no local e que ele pagava aos pais deles.

Hytalo também alegou que sua renda vinha de publicidades e de uma rifa regularizada, e não diretamente dos vídeos. Ele afirmou ainda que uma promotora da Paraíba acompanhava suas atividades, orientando a remoção de conteúdos considerados impróprios.

Apontamentos do Ministério Público

Conforme informações divulgadas pelo Fantástico, o MP destacou práticas adotadas pelo casal, como:

  • controle rígido da rotina e comunicação dos adolescentes;

  • realização de procedimentos estéticos e tatuagens de conotação sexual;

  • custeio de uma cirurgia de silicone para Kamylinha Santos, que tinha 16 anos à época — Hytalo afirma que ela era emancipada.

Hytalo encerrou seu depoimento afirmando que sua reputação foi destruída:

Eu nunca vou me livrar do que fizeram com a minha imagem. Vou ser visto como pedófilo em qualquer lugar que eu chegar.

Veja:

Informações via O GLOBO.

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