A Justiça americana condenou a farmacêutica Johnson & Johnson a pagar US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8,3 bilhões) a uma paciente que teve câncer associado ao uso de um talco da empresa. Cherie Craft desenvolveu câncer de mesotélio, a membrana que reveste os órgãos do abdômen, coração e pulmões, e pode estar relacionado ao contato com amianto.
A Johnson & Johnson tem respondido a processos sobre a presença de amianto no talco desde 1990. A substância tóxica é encontrada próxima a depósitos de talco e é conhecida por ser carcinogênica. O produto não está mais à venda desde 2023.
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A farmacêutica deve pagar indenização de US$ 59,84 milhões (R$ 330,3 milhões) por danos, para cobrir gastos médicos, dor e sofrimento, além dos salários perdidos por não conseguir trabalhar. A Johnson & Johnson também sofreu uma indenização punitiva de US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões). A subsidiária Pecos River Talc deve pagar US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões).
A defesa de Craft diz que este é o maior montante que a Johnson & Johnson já foi condenada a pagar para um único paciente. A mulher usou o talco diariamente e só parou quando foi diagnosticada com a doença.
Johnson & Johnson deve recorrer da decisão
A Johnson & Johnson já afirmou que deve recorrer da decisão e considera o veredito inconstitucional. Erik Haas, o vice-presidente mundial de litígios da Johnson & Johnson, afirma que os processos são baseados em “pseudociência”.
Segundo ele, o produto não possui amianto e não causa câncer. A empresa responde a 67 mil processos judiciais de pacientes que dizem ter desenvolvido câncer após uso intenso de talco.