Ludmilla contesta inocência de Marcão do Povo: “A Justiça reconhece o racismo, mas ele não pagará nada”

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A cantora Ludmilla se manifestou nesta sexta-feira (19/12) após o apresentador Marcão do Povo, do SBT, declarar em seu programa que havia sido inocentado das acusações de racismo movidas por ela. Em resposta, a artista afirmou que o apresentador usou uma manobra para se livrar das consequências, e que, apesar de a Justiça reconhecer o crime, ele não terá que pagar por isso.

“Eu vou tentar recorrer em alguma instância, mas é com estômago embrulhado que recebo esse vídeo e essa decisão”, disse Ludmilla. Ela não detalhou qual teria sido a manobra utilizada por Marcão do Povo.

Ao iniciar o noticiário Primeiro Impacto, Marcão do Povo afirmou ter sido inocentado de todas as acusações, incluindo calúnia e crimes de ódio e raciais. Ele exibiu um documento que, segundo ele, seria a decisão da Justiça, mas afirmou não poder ler na íntegra por estar sob segredo de justiça. “Aquele processo que todos disseram que a cantora ganhou contra mim é tudo mentira”, declarou.

Relembre o caso

O episódio que deu início ao processo ocorreu em 2017, quando Marcão do Povo apresentava o programa Balanço Geral, da TV Record Brasília. Na ocasião, ao comentar uma notícia sobre Ludmilla, ele disse: “É uma coisa que não dá para entender. Era pobre e macaca”, acrescentando depois: “Eu era pobre e macaco também”.

Em maio de 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu a responsabilidade de Marcão pelo racismo e restabeleceu a condenação de forma unânime, após reviravoltas na Justiça desde o processo inicial.

Criminalmente, o apresentador foi absolvido em dezembro de 2024, mas o processo seguiu na esfera cível, onde Ludmilla pede indenização por danos morais de R$ 883.332,50.

Ludmilla também criticou o SBT, destacando que a emissora mantém Marcão do Povo em cargo de destaque, apesar da condenação. “O SBT, que sempre respeitou a pluralidade do Brasil, precisa saber que mantém na casa um apresentador condenado por racismo”, afirmou.

A cantora ainda ressaltou que sua indignação se dirige aos seguidores: “É a única coisa que eu posso fazer. Vou tentar recorrer na Justiça, mas é com estômago embrulhado que recebo esse vídeo e essa decisão”.

O caso, que se arrasta desde 2017, envolve diversas instâncias da Justiça e continua a gerar repercussão pública, sendo considerado histórico por Ludmilla, ao ter seu direito de reconhecimento do racismo reafirmado.

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