Mesmo com índices de audiência modestos ao atingir a marca de 50 capítulos, “Três Graças” ainda passa longe de ser uma dor de cabeça para a cúpula da TV Globo. O motivo? A alta cúpula prioriza, no momento, a qualidade do engajamento em vez dos números frios do Ibope.
Internamente, a trama das nove ostenta uma das aprovações mais expressivas do público desde o fenômeno “Pantanal” (2022). A análise técnica descarta qualquer rejeição à história; a tese mais aceita é a da sazonalidade, já que o final de ano e o período de festas tradicionalmente derrubam o número de televisores ligados (o chamado share).
Leia Também
Carla Bittencourt
“Três Graças” cita Consuelo pela primeira vez e prepara entrada de Viviane Araújo na trama
Carla Bittencourt
“Três Graças” fecha primeiro mês com boa audiência e registra o maior share desde “Renascer”
Carla Bittencourt
“Três Graças” prepara beijo e romance de Lorena e Juquinha em virada decisiva
Carla Bittencourt
Autores de “Três Graças” preparam capítulo 100 bombástico com três grandes acontecimentos
Anunciantes também têm expressado satisfação com o espaço onde seus produtos são anunciados. Mais do que preocupados com a quantidade de indivíduos que assistiram no ar o merchandising, há um entendimento de que a marca impacta positivamente, pois são replicadas em outras mídias e geram comentários.
A aposta é que a novela ganhe fôlego em janeiro. O plano de voo inclui o impulso das férias escolares e a estreia da nova grade, com o “BBB 26” e “Coração Acelerado”. Estrategicamente, a trama ficará “ensanduichada” entre a audiência das sete e a do público que aguarda pelo reality, além dos telespectadores que já são fieis à novela, criando o cenário ideal para uma subida nos índices.
O ponto mais relevante, contudo, é a liberdade criativa. Diferente de desastres recentes como “Mania de Você”, onde o texto sofreu intervenções precoces que descaracterizaram a obra, “Três Graças” segue o roteiro original sem pressões externas. É um sinal de maturidade da emissora, que parece ter aprendido com erros do passado. Quem ganha é o telespectador, que recebe uma história coesa e fiel à sua proposta inicial.