A decisão do Multishow de investir em dois eventos gospel na programação de fim de ano não é um movimento isolado. Pelo contrário. Ela reforça uma estratégia mais ampla dos canais da Globo, que vêm, de forma clara e contínua, se aproximando do público cristão, especialmente o evangélico.
Na próxima quarta-feira, dia 24 de dezembro, às 22h, o canal exibe o “Especial Louvai Festival 2025”, com os principais momentos do evento gravado no Distrito Federal. No palco, Aline Barros e Eli Soares, dois nomes consolidados da música gospel, conduzem o público por canções de louvor e celebração, em um clima de devoção que combina perfeitamente com a data.
Leia Também
Carla Bittencourt
“Três Graças” terá núcleo evangélico e abordagem da fé sem panfletagem
TV
De olho na audiência cristã, Globo negocia contrato com igreja de André Valadão
TV
Fenômeno comercial, Vai na Fé faz encher os cofres da Globo
Novelas
Renascer: Troca de padre por pastor afeta trama de romance de religioso e Joaninha
Já no sábado, dia 27 de dezembro, às 21h15m, é a vez do especial “Maria Marçal – Cura Ao Vivo em Salvador”. Gravado na capital baiana, o show evidencia a força de Maria Marçal, hoje um dos maiores fenômenos do segmento gospel. A apresentação aposta na emoção, na entrega vocal e em um repertório que dialoga diretamente com um público fiel e engajado.
Essa movimentação conversa com sinais que a Globo já vinha dando nos últimos anos. Um dos exemplos mais claros foi a novela “Vai na Fé”, que trouxe como protagonista a Sol, personagem vivida por Sheron Menezzes, uma mulher evangélica retratada de forma cotidiana e respeitosa, longe de estereótipos.
Mais recentemente, no dia 20 de dezembro, a emissora exibiu o “Bem Festival” logo após o “Altas Horas”, levando à TV aberta momentos da “Expo Cristã 2025”. Um horário nobre, estratégico, que reforça ainda mais essa tentativa de diálogo.
O recado é claro: o público cristão cresce, consome conteúdo e quer se ver representado. Ao abrir espaço na dramaturgia, na música e na programação especial, a Globo mostra que está atenta a esse movimento e disposta a conversar com esse público de forma contínua. Não é apenas sobre fé. É sobre audiência, identificação e relevância.