Nova rampa do Rio Iaco expõe contraste entre obra investigada na gestão Mazinho e estrutura entregue na gestão Gerlen Diniz

A entrega da nova rampa de acesso ao Rio Iaco, realizada pelo Governo do Acre por meio do Deracre e recebida pela atual gestão municipal de Gerlen Diniz, reforçou um contraste que segue repercutindo entre moradores de Sena Madureira: a diferença gritante entre a obra recém-inaugurada e a rampa construída na época do ex-prefeito Mazinho Serafim, hoje alvo de investigação da Controladoria-Geral da União (CGU).

Enquanto a nova estrutura apresenta fundações profundas, técnicas adequadas e padrão moderno de engenharia, a rampa construída na gestão passada desmoronou apenas dois meses após ser entregue, resultando em prejuízo de quase meio milhão de reais ao erário, conforme relatório da CGU.

A rampa investigada: projeto falho, obra mal executada e dinheiro público perdido

Segundo o Relatório de Apuração nº 1439450 da CGU, a rampa construída em 2020, durante o governo Mazinho Serafim, apresentou erros graves desde o projeto até a execução:

• Fundações com profundidade insuficiente

As estacas foram feitas com 7,85 metros, embora a sondagem mostrasse que o solo só teria capacidade adequada a partir dos 14 metros.
Resultado: o solo não suportou o peso e a estrutura se deslocou.

• Projeto ignorou as cheias do Rio Iaco

O projetista da AMAC não considerou as variações históricas do rio — que alaga todos os anos —, deixando a obra vulnerável a erosão e instabilidade.

• Falhas graves na compactação e preparação do solo

A prefeitura não realizou testes técnicos, não apresentou laudos e executou a base “de forma empírica”, aumentando o risco de ruptura.

• Colapso em apenas dois meses

Após a cheia de fevereiro de 2021, a rampa afundou e se partiu.
A CGU estimou prejuízo de R$ 493.688,93, valor repassado via convênio com a SUDAM.

Essa obra acabou se tornando um dos símbolos negativos da administração anterior, marcada por denúncias e apontamentos de irregularidade em convênios e contratações.

A nova rampa: estrutura moderna, técnica adequada e padrão de obra pública

Em 2025, o Governo do Acre inaugurou a nova rampa do Rio Iaco, durante a gestão municipal de Gerlen Diniz. A obra foi executada pelo Deracre com investimento de cerca de R$ 2,8 milhões (emenda + contrapartida estadual).

A estrutura traz elementos que corrigem exatamente os erros detectados na obra anterior:

• Fundações profundas e adequadas (TR45)

As estacas foram executadas com padrão técnico adequado, garantindo sustentação mesmo em períodos de cheia.

• Terraplanagem certificada e troca de solo

Diferente da obra anterior, a nova rampa teve preparação completa de subleito, testes, estabilização e uso de material adequado.

• Muros de contenção, calçadas e sinalização

A obra ganhou um conjunto estrutural mais robusto, oferecendo segurança e durabilidade.

• Estacionamento e área ampliada

A nova rampa foi pensada para uso prático, beneficiando produtores rurais, ribeirinhos e o escoamento de mercadorias.

• Entrega sem risco de colapso

Até o momento, não há registros de anomalias estruturais, trincas ou deslocamentos — algo que já ocorria poucos dias após a obra antiga.

Comparação direta: duas realidades completamente diferentes

Aspecto Rampa de Mazinho (2020) Nova rampa – Deracre / Gestão Gerlen (2025)
Fundações Estacas de 7,85 m (insuficientes) Estacas profundas tipo TR45
Projeto Ignorou cheias do Iaco Considerou comportamento do rio
Compactação Sem testes, sem laudos Terraplanagem certificada e troca de solo
Durabilidade Colapsou em 2 meses Estrutura robusta e estável
Responsável Prefeitura (AMAC + empresa contratada) Deracre – Governo do Acre
Resultado Prejuízo de quase R$ 500 mil Obra estruturante entregue à população

Símbolo de dois momentos da cidade

A comparação entre as duas rampas virou tema recorrente nas conversas de moradores, produtores rurais e comerciantes da região central de Sena Madureira.

De um lado, uma obra investigada e que não resistiu às primeiras chuvas;
Do outro, uma estrutura nova e planejada para durar — entregue em parceria entre governo estadual e prefeitura, fortalecendo o acesso ribeirinho e melhorando o fluxo econômico do município.

O contraste escancara duas formas diferentes de tratar o dinheiro público, a engenharia e a responsabilidade com a população.

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