Condenado a 27 anos e três meses de prisão, Bolsonaro passaria em torno de 3 anos e 4 meses em regime fechado. Em seguida iria para o regime semiaberto, podendo circular livremente durante o dia, mas sendo obrigado a recolher-se à noite e nos fins de semana.
Com a aprovação do projeto de lei que reduz a pena dos golpistas, Bolsonaro passará para o regime semiaberto com 2 anos e 4 meses, segundo o deputado Paulinho da Força Sindical, relator do projeto. Isso, porém, nada tem a ver com seu período de inelegibilidade.
Condenado, duas vezes, pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso do poder político, e uma vez pelo Supremo Tribunal por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta da democracia e outros crimes, ele só poderá voltar a ser candidato com 105 anos de idade.
Bolsonaro tem 70 anos. E uma saúde frágil. Sua defesa, ontem, pediu autorização ao Supremo para interná-lo com urgência em um hospital onde ficará de cinco a sete dias. Será operado em razão de soluços persistentes e de uma hérnia inguinal.
Nesta madrugada, a Câmara dos Deputados aprovou a redução de pena dos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Hoje ou amanhã, o projeto deverá ser votado pelo Senado, que dificilmente o rejeitará. Ele então seguirá para sanção do presidente da República.
Lula o vetará. Mas devido ao recesso do fim de ano, só em fevereiro de 2026 o Congresso poderá derrubar o veto. Caberá ao Supremo a última palavra a respeito. A tendência do tribunal, a preço de hoje, seria validar a decisão do Congresso. A conferir.
Critica-se a falta de comando na Câmara. Tem comando, sim. É o minúsculo Hugo Motta quem o exerce, e do modo como se vê. Dispensando o uso da força, ele foi capaz de negociar durante 48 horas com a direita que em agosto ocupou a Mesa da Câmara.
Mas foi incapaz de negociar por duas horas com um deputado de esquerda (Glauber Braga, do PSOL) que ocupou sua cadeira em sinal de protesto. Não bastasse, ordenou a retirada da imprensa do plenário e suspendeu a transmissão da sessão pela TV Câmara.
Não queria que ninguém testemunhasse a remoção de Braga pela Polícia Legislativa. Como se não houvesse no plenário deputados munidos de celulares e acostumados a filmar tudo e qualquer coisa. Huguinho é menor do que a cadeira onde está sentado.
PS: A Comissão dos Familiares dos presos no 8 de janeiro foi contra o projeto da redução de pena. Acreditou na promessa de anistia. Esperou durante todo esse tempo. Bolsonaro não suportoumais do que 15 dias preso. Concordou em rifar a anistia.
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