O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, preso na madrugada desta sexta-feira (26/12) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, no Paraguai, foi transportado encapuzado e algemado por agentes da polícia paraguaia até a região da fronteira com o Brasil.
Vasques foi entregue no início da noite em Ciudad del Este à Polícia Federal (PF) brasileira.
Imagens do transporte, divulgadas pelo NSC Total, parceiro do Metrópoles, mostram Silvinei com um capuz preto cobrindo o rosto enquanto permanecia sob custódia no Departamento de Polícia Aeroportuária.
Confira as imagens:
Encapuzado e algemado, ex-diretor da PRF foi levado sob escolta até a fronteira com o Brasil após ser preso no Paraguai com documentos falso
Departamento Nacional de Migração
Encapuzado e algemado, ex-diretor da PRF foi levado sob escolta até a fronteira com o Brasil após ser preso no Paraguai com documentos falso
Departamento de Polícia Aeroportuária
Encapuzado e algemado, ex-diretor da PRF foi levado sob escolta até a fronteira com o Brasil após ser preso no Paraguai com documentos falso
Departamento de Polícia Aeroportuária
O que aconteceu
- A prisão ocorreu após o aliado de Jair Bolsonaro tentar embarcar para El Salvador utilizando um passaporte falso paraguaio, em nome de Julio Eduardo.
- Segundo autoridades locais, a documentação apresentou inconsistências logo na análise inicial, o que levou à verificação técnica e biométrica do viajante.
- Os dados confirmaram que se tratava do ex-diretor da PRF, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e proibido de deixar o Brasil.
- De acordo com fontes paraguaias, a detenção ocorreu após alerta prévio de autoridades brasileiras, que monitoravam possíveis tentativas de fuga pela região.
- Durante a revista de seus pertences, policiais encontraram dois passaportes, além de documentos brasileiros originais.
Declaração falsa e alegação de câncer
No documento, intitulado “Declaração Pessoal para Autoridades Aeroportuárias”, ele afirmava que não conseguia falar nem ouvir “devido a uma condição médica grave” e solicitava que qualquer comunicação fosse feita por escrito.
O texto informava ainda que ele viajaria para San Salvador, em voo da Copa Airlines, com o objetivo exclusivo de realizar tratamento médico de radiocirurgia. Segundo a Polícia Federal, não há comprovação da autenticidade das informações médicas apresentadas.
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Fuga começou na véspera de Natal
Segundo informações enviadas pela Polícia Federal ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, Silvinei deixou a residência onde morava, em São José (SC), ainda na noite de quarta-feira (24/12), horas antes de a tornozeleira eletrônica apresentar falhas. O equipamento teria sido rompido na madrugada do Natal.
Equipes da Polícia Penal catarinense e da Polícia Federal estiveram no endereço nas horas seguintes, mas o ex-diretor da PRF já havia deixado o local.
Silvinei Vasques foi condenado pelo STF a 24 anos e 6 meses de prisão por integrar o núcleo 2 da trama golpista, responsável pela elaboração da chamada “minuta do golpe” e por ações para dificultar o voto de eleitores do Nordeste nas eleições de 2022. A decisão foi proferida em 16 de dezembro e ainda cabe recurso, mas Moraes decretou a prisão preventiva após a tentativa de fuga.
Após a entrega em Ciudad del Este, Silvinei será levado pela Polícia Federal para Brasília, onde permanecerá à disposição da Justiça.