A confirmação eletrônica do segundo gol do Flamengo contra o Cruz Azul, no Intercontinental de 2025, trouxe à tona uma memória esportiva que só cresce com o avanço da tecnologia. Lances que, em décadas passadas, mudariam completamente de destino se o futebol já contasse com VAR, chip na bola ou tecnologia da linha. Erros de arbitragem, dúvidas eternas e gols que nunca deveriam ter acontecido seguem como capítulos marcantes da história do esporte. Hoje, seriam resolvidos em segundos pelo apito vibrando no pulso do juiz ou pelas linhas digitais do vídeo.
Essa transformação, que se tornou rotina, já alterou resultados importantes recentemente. Mas, antes dela, vários lances integraram o folclore do futebol justamente porque jamais tiveram resposta definitiva. A seguir, confira momentos icônicos que mudariam de desfecho caso a tecnologia atual estivesse disponível, e outros que só existiram graças a ela.
Veja as fotosAbrir em tela cheia O gol decisivo da Inglaterra em 1966Reprodução Maradona e “a mão de Deus” em 1986Reprodução O gol não visto de Lampard contra a Alemanha em 2010Reprodução
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Lances que valeriam hoje: quando a bola entrou, mas o árbitro não viu
Ao longo das décadas, o futebol conviveu com gols inteiros que desapareceram diante de erros humanos inevitáveis. Em tempos sem chip na bola e sem tecnologia de detecção automática, decisões tomadas em frações de segundo mudaram destinos, derrubaram campanhas e alimentaram debates intermináveis.
O portal LeoDias Esportes pesquisou e puxou na história lances históricos em que a bola cruzou a linha (às vezes claramente, às vezes por centímetros ) mas a arbitragem não viu. São jogadas que, no futebol atual, seriam validadas em menos de um segundo pelo apito do relógio do juiz.
Inglaterra x Alemanha — Copa do Mundo de 1966
O gol mais discutido da história das Copas aconteceu na final em Wembley. O chute de Geoff Hurst bateu no travessão, quicou próximo da linha e saiu. O juiz suíço Gottfried Dienst consultou o bandeirinha soviético Tofiq Bahramov, que correu para o meio-campo e confirmou o gol da Inglaterra. Até hoje, imagens em diferentes ângulos não permitem concluir com precisão se a bola entrou totalmente. A tecnologia de linha resolveria a questão em menos de um segundo e, talvez, o título mundial tivesse outra narrativa.
Alemanha x Inglaterra — Copa do Mundo de 2010
Em Bloemfontein, nas oitavas de final daquela edição, Frank Lampard acertou um chute forte que bateu no travessão e ultrapassou a linha por cerca de 30 cm. A arbitragem não percebeu, e o gol que empataria a partida em 2 a 2 não foi validado. O lance, amplamente registrado por câmeras, se tornou um símbolo da necessidade urgente de tecnologia. Na época, após esse erro, a Alemanha ampliou o placar e eliminou os ingleses por 4×1. Pouco depois, a FIFA aprovou de vez o uso da tecnologia da linha do gol.
Gols que seriam anulados com o VAR: o que não passaria hoje
Os equívocos também ocorreram no sentido inverso. Antes do VAR, impedimentos milimétricos, faltas no início da jogada, toques com o braço e empurrões discretos passaram despercebidos, sustentando gols que, no futebol contemporâneo, durariam apenas até a revisão da cabine.
Nesta parte, relembramos lances célebres (outros nem tanto) que atravessaram a história apesar de irregularidades evidentes. Jogadas que hoje seriam rapidamente anuladas, mas que outrora influenciaram campeonatos, carreiras e narrativas esportivas inteiras.
A “Mão de Deus”: Argentina x Inglaterra, Copa de 1986
Maradona subiu com o goleiro Shilton e empurrou a bola com a mão para o gol. O lance passou despercebido pela arbitragem tunisiana e se tornou um dos momentos mais famosos e controversos da história do esporte. Com VAR, a jogada seria anulada imediatamente.
Boca Juniors x Palmeiras — Final da Libertadores de 2000
Marcelo Delgado marcou para o Boca em lance em que aparece impedido na origem da jogada. A arbitragem validou o gol, e o lance influenciou diretamente a disputa que terminaria com título argentino nos pênaltis. Com o VAR, o gol não sobreviveria à revisão.
Internacional x Corinthians — Brasileirão de 2005
No episódio que desencadeou o caso Edílson Pereira de Carvalho, um gol irregular do Inter foi validado e depois anulado dias mais tarde, provocando uma reviravolta sem precedentes. A jogada teria sido revisada minutos depois com o VAR, evitando toda a crise subsequente.
Flamengo x Atlético-MG — Final do Brasileirão de 1980
O gol de Reinaldo, em jogada em que ele domina com o braço antes de finalizar, é um dos momentos mais lembrados quando se fala em lances que hoje seriam invalidados. A câmera lenta expõe o toque irregular, impossível de escapar do VAR moderno.
O clássico que virou símbolo da era pré-tecnologia: Flamengo x Vasco, 2014
A final do Campeonato Carioca de 2014 entre Flamengo e Vasco se tornou um dos lances mais lembrados quando o assunto é erro de arbitragem que, nos padrões atuais, seria automaticamente revisado e muito provavelmente corrigido pelo VAR. O clássico terminou empatado por 1 a 1 no Maracanã e deu o título ao Flamengo, mas o gol marcado pelo volante Márcio Araújo, aos 45 minutos do segundo tempo, teve origem em um lance amplamente questionado pelos vascaínos.
Quando a tecnologia salvou e mudou o futebol para sempre
A transição para o futebol guiado pela tecnologia trouxe controvérsia, mas também precisão, justiça e novos capítulos decisivos. Desde a Copa do Mundo de 2018, com o VAR estreando em lances que alteraram jogos de candidatos ao título, até a implantação da GLT (“goal-line technology”) que garante a validação instantânea de bolas que ultrapassam a linha, esses recursos têm reescrito o esporte.
França x Austrália — Copa do Mundo de 2018: o primeiro gol confirmado por tecnologia de linha com VAR na história das Copas
A estreia da França no Mundial da Rússia marcou a primeira vez em que a arbitragem combinou VAR e tecnologia da linha para validar um gol. Aos 34 minutos do segundo tempo, Paul Pogba tabelou com Mbappé e Giroud e dividiu com o lateral Behich. A bola encobriu o goleiro Ryan, bateu no travessão e ultrapassou a linha por poucos centímetros.
O relógio do árbitro apitou imediatamente, confirmando o gol mediante o chip na bola. No relatório oficial, a FIFA registrou o lance como gol contra de Behich, mas o episódio entrou para a história como o primeiro gol decisivo confirmado por tecnologia em uma Copa.
“Estou bastante feliz que a bola tenha entrado e que tenhamos vencido o jogo. Foi o mais importante”, disse Pogba no dia seguinte. A vitória seria o primeiro passo rumo ao título mundial.
O episódio simbolizou o contraste entre eras: em Copas anteriores, lances assim poderiam não ser vistos e mudariam completamente classificações, campanhas e, em casos extremos, campeões.
A transformação definitiva no futebol
A adoção do VAR, do chip da bola e da tecnologia da linha permitiu que decisões antes cercadas de dúvida fossem resolvidas em segundos. Lances polêmicos que alimentaram discussões por décadas hoje teriam desfechos objetivos. Por outro lado, gols como o da França em 2018 e o do Flamengo confirmado pelo relógio do árbitro, mostram que a tecnologia também garante justiça em momentos decisivos, evitando que erros mudem destinos.
A cada temporada, cresce a lista de partidas marcadas pela precisão eletrônica. E, ao olhar para trás, fica claro que muitas páginas do futebol teriam sido escritas de forma diferente se esses recursos existissem antes. A tecnologia não apaga a história, mas redefine como ela seria contada.
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