A prisão do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e deputado estadual Rodrigo Bacellar (União Brasil/RJ), marcou a abertura de uma nova fase do combate ao crime organizado no estado. Ele foi detido pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (3/12), durante a Operação Unha e Carne, sob a suspeita de ter repassado dados sigilosos que comprometeram o andamento da Operação Zargun.
A ação foi deflagrada após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o cumprimento de 8 mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e uma intimação para medidas cautelares diversas. A iniciativa integra a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco/RJ), formada por órgãos como PF, MPF, Polícia Civil e Ministério Público estadual.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, se posiciona sobre megaoperação no Rio de JaneiroReprodução: Instagram/@rodrigobacellaroficial Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)Foto: Arquivo/O Globo Rodrigo Bacellar, presidente da AlerjFoto: Julia Passos/Alerj Superintendência da Polícia Federal em BrasíliaDivulgação: Polícia Federal do DF Polícia Federal (PF)Divulgação: Polícia Federal
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Segundo a PF, as informações vazadas teriam permitido que investigados se antecipassem às diligências da Zargun, prejudicando o rastreamento de estruturas ligadas ao Comando Vermelho (CV) e de servidores públicos apontados como colaboradores do grupo. A operação atende a uma decisão do STF no contexto da ADPF das Favelas, que determinou o aprofundamento de investigações sobre a atuação de facções e suas conexões institucionais.
A Operação Zargun foi realizada em setembro e resultou, entre outras ações, na prisão do então deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias. Ele foi acusado de tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, além de negociar armamentos e acessórios com integrantes do CV.
Na época, equipes da PF e do MPF apontaram um esquema que reunia lideranças da facção, servidores e agentes políticos. Entre os investigados estavam policiais militares, um delegado federal e ex-integrantes do governo estadual. O grupo, segundo a PF, teria montado um sistema de infiltração na administração pública para garantir proteção, acessar documentos sigilosos e importar armamentos do Paraguai, além de adquirir equipamentos anti drones da China, revendidos inclusive a facções rivais.
Os crimes apurados são: organização criminosa, tráfico internacional, corrupção e lavagem de dinheiro. Foram expedidos 18 mandados de prisão e 22 buscas, além do bloqueio de R$ 40 milhões em bens.
O suposto vazamento atribuído a Bacellar, que agora é alvo de investigação, ocorreu justamente durante a execução de mandados da Zargun, que tinha como foco a rede criminosa ligada a TH Joias. Bacellar deverá responder por envolvimento em esquema que teria sabotado a atuação da PF.
O portal LeoDias aguarda posicionamento da defesa de Rodrigo Bacellar para esclarecimentos.

