O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, vai dividir cela com Anderson Torres. Ele que desembarcou em Brasília (DF) neste sábado (27/12) em voo da Polícia Federal, foi levado ao 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (19º BPM), a Papudinha, para cumprir sua condenação, mesmo local onde se encontra preso o ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.
A coluna Na Mira apurou que Silvinei deu entrada no batalhão por volta das 16h30. Ele chegou ao local apenas com uma pequena mala de viagem.
Anderson Torres encontra-se preso no 19º BPM desde 25 de novembro. O Núcleo de Custódia da Polícia Militar (NCPM) atende exclusivamente PMs e autoridades com prerrogativa de Estado-Maior.
Silvinei foi condenado a mais de 24 anos de prisão por tentativa de golpe de estado e foi pego no Paraguai, na sexta (26/12), tentando fugir para El Salvador.
Até sexta, Silvinei não tinha mandado de prisão em aberto, ainda que já estivesse condenado. Ele aguardava o desfecho da condenação no STF pela tentativa de golpe de Estado.
Embora estivesse em liberdade, o ex-diretor da PRF não poderia deixar o país e era monitorado por tornozeleira eletrônica. Como houve a tentativa de fuga, o ministro da Corte Suprema Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Silvinei. A chegada dele à Papudinha foi registrada em vídeo pelo Metrópoles.
Silvinei Vasques (de camiseta azul)
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Silvinei viajou em avisão da PF
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Avião da PF com Silvinei Vasques
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Silvinei Vasques chega preso a Brasília
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
Tentativa de fuga
- Silvinei cumpria medidas cautelares em Santa Catarina, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o país.
- Com a violação do equipamento de monitoramento, alertas foram emitidos às autoridades brasileiras e internacionais.
- Silvinei, no Paraguai, tentou embarcar com documentos falsos para o Panamá, com El salvador como destino final.
- A tentativa, no entanto, já era monitorada, e a adidância da PF no Paraguai havia comunicado previamente a polícia local.
Silvinei foi detido na madrugada da sexta-feira (26/12), no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, quando tentava embarcar em um avião que passaria pelo Panamá e teria como destino final El Salvador.
Conforme as investigações, Silvinei foi preso quando tentava embarcar com um passaporte falso passando-se por cidadão paraguaio, com o nome de Julio Eduardo Fernandez. A prisão foi realizada por agentes locais. A documentação falsa tinha o intuito de burlar os controles de imigração.
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Transferência para o Brasil
Após a prisão feita pela polícia do Paraguai, Silvinei foi entregue às autoridades brasileiras em Foz do Iguaçu (PR), na noite da sexta. Ele foi levado de carro de Ciudad del Este até a fronteira.
O encaminhamento de Silvinei ao Brasil foi realizado em cumprimento à expulsão sumária do brasileiro, após negociação entre as autoridades diplomáticas dos dois países. Sob custódia das autoridades da terra natal, Silvinei passou a noite em Foz do Iguaçu (PR).
O ex-diretor da PRF decolou de Foz do Iguaçu (PR) por volta das 10h e chegou à capital federal por volta das 13h15. Depois foi transferido para o 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (19º BPM), a Papudinha, para cumprir a prisão preventiva decretada por Moraes.
Acusação
Conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR) expôs em denúncia à Justiça, Silvinei Vasques integrou o núcleo 2 da trama golpista e teria coordenado ações que dariam suporte ao plano de golpe de Estado. Ele chegou a ser preso preventivamente em 9 de agosto de 2023, mas foi solto no último dia 8 de agosto por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A investigação da trama golpista apontou que Silvinei coordenou a realização de bloqueios em rodovias, no dia da eleição em 2022, cujo objetivo era dificultar a votação em distritos eleitorais onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria a preferência do eleitorado. A ação foi enquadrada como crime de prevaricação e violência política.