O soldado do Exército Kelvin Barros da Silva (foto em destaque), de 21 anos, que matou a cabo da mesma instituição Maria de Lourdes Freire Matos, 25, teve a sua prisão em flagrante convertida em preventiva neste sábado (6/12) após passar por audiência de custódia no Núcleo de Audiências de Custódia (NAC).
O juiz entendeu que há elementos concretos para fundamentar a prisão preventiva de Barros. “A regular situação de flagrância em que foi surpreendido o autuado torna certa a materialidade delitiva, indiciando suficientemente também sua autoria, ambas mencionadas nos relatos colhidos neste auto de prisão bem como pela guia de recolhimento de cadáver”, disse o magistrado.
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Segundo o juiz, o crime cometido é gravíssimo e culmina em prisão maior que quatro anos, segundo o inciso I, do art. 313, do Código Penal.
“O caso é gravíssimo e se trata, dentre outros delitos, de feminicídio, delito praticado com extrema violência contra a pessoa e que assola a sociedade brasileira. A prisão preventiva se faz necessária para a preservação da ordem pública. O clamor público faz imperiosa a prisão preventiva do flagranteado para indicar à sociedade a tolerância zero em relação a tal fato”, afirmou o juiz na decisão.
Ainda de acordo com o juiz, o fato do crime ter sido cometido em ambiente militar deixa a gravidade do caso ainda maior, “pois coloca em risco a hierarquia e disciplina necessárias para o exercício da atividade militar e também enseja a decretação da prisão preventiva para a garantia da ordem pública”.
O fato de o soldado ter dificultado as investigações com uso de fogo para incendiar o corpo da vítima também foi levado em consideração pelo magistrado.
O crime
Maria de Lourdes era cabo do Exército, tendo ingressado há cinco meses para a vaga de musicista. Ela foi encontrada morta por militares do Corpo de Bombeiros (CBMDF).
Segundo a PCDF, ele e a vítima tinham um relacionamento
Reprodução
A vítima foi identificada como Maria de Lourdes Freire, 25 anos
Imagem obtida pelo Metrópoles
Ele também faz parte do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas
Maria de Lourdes Freire Matos
1º RCG/Divulgação
Kelvin Barros é soldado do Exército
Reprodução
O feminicídio ocorreu no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG). Em depoimento à Polícia Civil (PCDF), Barros confessou a autoria e disse que o crime ocorreu após uma discussão entre os dois.
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Segundo Barros, eles tinham um relacionamento extraconjugal. “Após uma discussão, em que a mulher teria exigido que ele terminasse com a atual namorada e a assumisse, conforme havia sido prometido pelo autor, a vítima teria sacado sua arma de fogo”, comentou o delegado Paulo Noritika.
“Ele teria segurado a pistola enquanto ela tentava municiá-la. Enquanto isso, ele conseguiu alcançar a faca militar da vítima, que estava em sua cintura, e a atingiu, profundamente, na região do pescoço”, detalhou o delegado.
Noritika afirmou ainda que a vítima foi encontrada com a arma branca no local da lesão. “Depois disso, no desespero, ele pegou um isqueiro e álcool, incendiando o local onde está sediada a fanfarra e fugiu do local, levando a pistola consigo e se desfazendo dela”, disse. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas.
Expulso do Exército
O militar que confessou ter matado a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, 25, nessa sexta-feira (5/12), será expulso do Exército.
Em nota enviada ao Metrópoles, o Exército disse que o soldado foi conduzido, de imediato, à prisão do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, onde permanece preso, “respondendo a processo criminal, devendo ser excluído das fileiras da Força e responsabilizado pelo ato cometido”.
“O Exército Brasileiro presta total apoio à família e lamenta profundamente a perda da cabo e reitera a sua posição de não coadunar com atos criminosos e punir com rigor os responsáveis”, afirmou a nota.
Ainda segundo o texto, foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM). “As investigações iniciaram de pronto, com a realização das perícias no local pela Polícia do Exército, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e, ainda, outros levantamentos que levaram à prisão do suspeito de ter cometido o crime”, informou o Exército.