Trump volta a ameaçar bombardeios terrestres na América Latina e diz que ofensiva começará “muito em breve”

Foto: REUTERS/Brian Snyder

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a elevar o tom contra países latino-americanos ao afirmar, nesta terça-feira (2), que os bombardeios terrestres contra alvos ligados ao narcotráfico na região devem começar “muito em breve”. A declaração foi feita durante uma reunião de gabinete e reforça a escalada militar direcionada principalmente à Venezuela, governada por Nicolás Maduro.

Segundo Trump, além da Venezuela, qualquer país acusado pelos EUA de traficar drogas para o território norte-americano pode ser alvo de ataques. Ele justificou as ações afirmando que o combate direto a embarcações suspeitas já teria reduzido o número de mortes relacionadas ao tráfico no país.

“Quero que esses barcos sejam eliminados, e, se necessário, faremos ataques terrestres assim como fizemos no mar. Essas pessoas mataram mais de 200 mil americanos no ano passado. Sabemos as rotas, sabemos onde vivem, sabemos tudo sobre eles — e vamos começar isso muito em breve”, declarou Trump.

Escalada contra a Venezuela

Embora não tenha citado a Venezuela diretamente, Trump respondeu sobre a possibilidade de bombardeios terrestres ao comentar os ataques recentes a barcos no Caribe e no Pacífico, que seu governo acusa de transportar drogas rumo aos EUA. Desde setembro, essas ofensivas já deixaram mais de 80 mortos. Grande parte das embarcações, segundo autoridades americanas, teria partido da Venezuela.

O jornal The Wall Street Journal revelou que o governo Trump avalia bombardear portos e aeroportos controlados pelos militares venezuelanos e supostamente usados no tráfico internacional. A ofensiva representaria um ataque direto e sem precedentes ao território venezuelano.

Maduro, por sua vez, acusa os Estados Unidos de usar o combate às drogas como justificativa para tentar removê-lo do poder. O líder venezuelano tem respondido publicamente às ameaças e, em diversas ocasiões — inclusive por telefone — tentou negociar condições para evitar um ataque, mas sem sucesso.

Colômbia também vira alvo dos EUA

Trump ampliou o tom de suas críticas ao afirmar que qualquer país responsável por enviar drogas aos EUA poderá ser atacado. Ele acusou a Colômbia de manter fábricas de cocaína e afirmou que o país “envia assassinos” para território americano.

“A Venezuela é muito ruim, provavelmente a pior, mas muita gente faz isso. Qualquer um que vender drogas para dentro do nosso país está sujeito a ataque”, afirmou.

O presidente colombiano Gustavo Petro rebateu a acusação pelas redes sociais e disse que o país trabalha diariamente para destruir laboratórios de cocaína.
“Venha à Colômbia, Sr. Trump. Convido você a participar da destruição dos 9 laboratórios que derrubamos diariamente”, escreveu Petro.

Dados do Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, da ONU, apontam que a maior parte da cocaína consumida nos EUA vem de Colômbia, Peru e Bolívia. Já o fentanil, principal causa de overdoses no país, chega majoritariamente do México.

Aparato militar no Caribe

Desde setembro, o governo norte-americano tem reforçado sua presença militar no Caribe, alegando combate ao narcotráfico. Comportamentos e declarações recentes aumentam a expectativa de uma ofensiva direta — especialmente contra a Venezuela — e elevam a tensão diplomática na região.

A situação segue em desenvolvimento, e novos desdobramentos devem ocorrer nos próximos dias frente ao clima de instabilidade iniciado pelas declarações de Trump.

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