Zelensky faz pronunciamento de Natal em meio à guerra na Ucrânia

Zelensky faz pronunciamento de Natal em meio à guerra na Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um pronunciamento nesta quarta-feira (24/12), véspera de Natal, reforçando a união do povo ucraniano em meio à guerra.

Em sua mensagem, Zelensky homenageou os soldados na linha de frente, os que estão em cativeiro e os heróis caídos, destacando que “a Ucrânia jamais os perderá” e que o país permanece unido, mesmo diante das dificuldades.

“Hoje, estamos ombro a ombro. Não nos perderemos na escuridão. Seja pessoalmente ou em nossos pensamentos, desejaremos o bem uns aos outros, nos abraçaremos e nos aqueceremos, ligaremos para nossos pais, beijaremos nossos filhos, abraçaremos nossos entes queridos com força — e, claro, lembraremos de todo o nosso povo”, disse.

O pronunciamento ocorre em um novo capítulo de tratativas por paz. Zelensky anunciou mais cedo, um novo plano de paz com 20 pontos, desenvolvido após reuniões com delegações dos Estados Unidos em Miami. Entre os destaques, está a proposta de criar uma zona desmilitarizada na linha de frente em Donetsk, com a condição de que a Rússia faça o mesmo.

Segundo o ucraniano, a proposta americana sugere uma “zona potencialmente desmilitarizada e econômica”, que serviria como base para o congelamento das posições militares atuais. No entanto, questões sensíveis, como a definição territorial e a entrada da Ucrânia na Otan, ainda não foram resolvidas.

Outro ponto de destaque é a situação da usina nuclear de Zaporizhzhia, sob controle russo desde o início do conflito. O plano americano propõe uma gestão tripartite entre Ucrânia, EUA e Rússia, enquanto Kiev defende um modelo bilateral, mantendo metade da energia produzida.

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Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky

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Gabinete presidencial da Ucrânia 3 de 4

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky

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Gabinete Presidencial da Ucrânia

O que o plano prevê

  • Reafirmação da soberania ucraniana;
  • Acordo formal de não agressão entre Rússia e Ucrânia;
  • Garantias de segurança internacionais;
  • Manutenção de um Exército ucraniano de até 800 mil soldados;
  • Apoio dos EUA, Otan e países europeus em moldes semelhantes ao Artigo 5 da aliança militar;
  • Futuro ingresso da Ucrânia na União Europeia;
  • Pacote de reconstrução internacional estimado em US$ 800 bilhões;
  • Criação de fundos humanitários e econômicos;
  • Realização de eleições após assinatura do acordo.

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O Kremlin confirmou o recebimento do plano e informou que analisará a proposta para enviar uma resposta aos Estados Unidos em breve. Apesar disso, ainda existem dúvidas sobre a viabilidade do acordo, já que Moscou mantém exigências que não foram contempladas, como controle sobre o Donbass e garantias formais contra a expansão da Otan.

Por fim, em seu discurso de Natal, Zelensky destacou que, apesar da guerra, a esperança e a fé do povo ucraniano permanecem intactas. “Mesmo na guerra, estamos juntos. Ninguém pode nos tirar esse sentimento. É ele que nos dá esperança e nos ajuda a perseverar”, afirmou.

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