A Polícia Federal (PF) está investigando uma quadrilha que, segundo estimativa da corporação, entre 2017 e 2019, contrabandeou mais de uma tonelada de ouro retirada de garimpos ilegais do Norte do Brasil. O esquema contava com a participação de um agente da PF que trabalhava em um aeroporto e ajudava no embarque ilegal do ouro. Nesta terça-feira, agentes da PF e homens da Receita Federal deflagraram uma operação e prenderam três pessoas do bando .
Na casa de um dos presos, a polícia apreendeu mais de R$ 200 mil em dinheiro.
Um quarto integrante da quadrilha continua sendo procurado. As prisões aconteceram em São Paulo. Foram cumpridos ainda 21 mandados de busca e apreensão nos municípios do Rio de Janeiro, Angra dos Reis, São Paulo, São José do Rio Preto(SP), Piracicaba(SP), Mirassol(SP), e em Belo Horizonte, Minas Gerais. Batizada de Operação Ruta 79 (rota em espanhol e o número uma referência à posição do elemento químico ouro na tabela periódica), a ação contou com 120 agentes da PF, além de homens da Receita Federal. Segundo a PF, a investigação começou com a prisão de um agente da corporação. Ele ajudava na passagem do ouro ilegal da área pública para a área restrita do aeroporto, viabilizando crimes de contrabando e descaminho. Durante as investigações,foram apreendidos cerca de 17,778 kg de ouro e joias avaliadas em mais de um milhão de dólares.
De acordo com a PF, a quadrilha usava “mulas”, pessoas aliciadas para realizar o transporte ilegal do ouro, para levar o metal à Itália, com uso de documentação falsa de fictícias empresas sediadas no Paraguai.
Ainda segundo a PF, o bando também usava mulas para trazer clandestinamente para o Brasil joias adquiridas na Ásia e nos Estados Unidos. Em fevereiro de 2020, os agentes apreenderam 16 quilos de ouro que estava sendo desembarcado clandestinamente em um aeroporto brasileiro e que havia sido embarcado no Panamá. Segundo a polícia, os investigados vão responder por crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, contrabando, descaminho e receptação.