4 outubro 2024

Pelo 2º dia, Rio Branco está sem ônibus e empresários exigem receber mais dinheiro da prefeitura

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Pelo segundo dia seguido, as ruas da capital acreana amanheceram nesta segunda-feira (17) sem transporte coletivo. É que as empresas responsáveis suspenderam a circulação das frotas alegando falta de diesel para operar e pedem que a prefeitura repasse dinheiro.

Ao todo, Rio Branco possui 42 linhas, onde circulam diariamente cerca de 30 mil pessoas, que estão prejudicadas pela suspensão do serviço. Antes da pandemia, chegavam a circular até 100 mil passageiros por dia nos coletivos, segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Acre (Sindcol).

A prefeitura de Rio Branco marcou uma coletiva para esta segunda para falar sobre a situação da paralisação dos ônibus. O g1 não conseguiu contato com o Sindicato dos Transportes do Acre (Sinttpac) e com a Superintendência de Transporte e Trânsito de Rio Branco (RBTrans) até última atualização desta reportagem.

O presidente do Sindcol, Aluízio Abade, disse que não há condições financeiras de manter o serviço. Além da redução de passageiros, Abade afirma que os custos dos insumos aumentou muito, a exemplo do valor do diesel que custava pouco mais de R$ 3 e subiu para mais de R$ 6.

Ele explicou ainda que o valor repassado pela prefeitura no ano passado, de mais de R$ 2,4 milhões, às empresas de ônibus foi usado somente para pagar parte dos salários atrasados do ano de 2020 dos funcionários. Os trabalhadores seguem com salários de 2021 atrasados.

Cerca de 600 trabalhadores, entre eles motoristas, cobradores, e outros serviços do Sindcol estão com as atividades paralisadas desde domingo (16), após decisão das empresas.

Centro parado e população prejudicada

O impasse entre empresas e gestão público traz prejuízos, principalmente, para a população que depende do transporte público. É o caso do gesseiro Lucas Silva de Souza, que saiu de uma chácara no ramal do Moreira e tenta ir para casa no bairro Sobral. Ele contou que está esperando há horas e que é o jeito conseguir um táxi lotação para poder se deslocar.

“Não só eu como muita gente que precisa do coletivo foi prejudicada. No caso, eu vim da chácara e estou aqui esperando há horas e não sei se o ônibus vai passar. É complicado para nós usuários. Vou esperar uma lotação, mototáxi, vou ter que me virar aqui. Vou acabar gastando mais ainda”, reclamou.

Sem os ônibus circulando, o movimento de pessoas no Centro da capital acreana ficou parado nesta segunda. Com isso, comerciantes dizem que são diretamente afetados pela paralisação e afirmam que as vendas caem de 30% a 40%.

O comerciante Stenio Soares afirmou que teve, inclusive, que abrir a loja mais tarde porque os funcionários se atrasaram para chegar ao trabalho por conta da falta de ônibus.

“Aqui o calçadão uma hora dessa está bem movimentado. Então a gente comerciante é diretamente afetado com essa ausência de ônibus aqui principalmente no Centro. Cerca de 80% dos funcionários chegaram atrasados nos trabalhos, nos prejudicando na abertura da loja. Maioria dos nossos clientes utiliza o Terminal, e com isso, prejudicou diretamente aqui, reduziu o movimento, está praticamente parado. As vendas caem”, disse.
Vendedor há cerca de sete anos, Jardeilson de Oliveira Rocha, contou que precisou usar um carro de aplicativo para chegar ao trabalho nesta segunda.

 

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