28 novembro 2024

Bolsonaro diz que fala de Arthur do Val sobre ucranianas é ‘tão asquerosa que nem merece comentário’

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O presidente Jair Bolsonaro classificou neste domingo (6) como “asquerosa” a fala do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), conhecido como “Mamãe Falei”, a respeito de mulheres ucranianas. Em áudios, o parlamentar disse que as ucranianas são “fáceis, porque são pobres”.

Após conversar com apoiadores em frente à residência oficial do Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro foi questionado por um repórter da CNN Brasil sobre sua opinião a respeito dos comentários de Arthur Do Val.

“[A declaração] é tão asquerosa que nem merece… É tão asquerosa que nem merece comentário”, disse o presidente, que tem histórico de declarações preconceituosas sobre mulheres.

Arthur do Val confirmou a autoria dos áudios, que foram enviados por ele a um grupo privado de uma rede social. O deputado estadual estava em viagem à Ucrânia onde foi arrecadar doações para refugiados ucranianos após a invasão da Rússia ao país e também conhecer a resistência ucraniana à invasão.

Ao desembarcar em São Paulo neste sábado (5), o deputado disse que o que falou “foi um erro, em um momento de empolgação”. A declaração foi criticada por políticos, pela comunidade ucraniana, e pelo encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach.

Quinze deputados estaduais assinaram uma representação contra Arthur do Val protocolada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) neste domingo. No documento, os deputados defendem a perda do mandato de Arthur do Val.

Falas preconceituosas

Bolsonaro, ao longo de mais de 30 anos de carreira política, foi criticado por declarações preconceituosas que proferiu sobre mulheres.

Em 2017, quando era deputado federal, Bolsonaro disse que, após ter quatro filhos homens, deu uma “fraquejada” e teve uma filha mulher – Laura.

Bolsonaro foi condenado a pagar indenização por danos morais à deputada Maria do Rosário (PT-RS) por ter afirmado em 2014 – quando ainda era deputado – que a parlamentar não merecia ser estuprada porque ele a considera “muito feia” e ela não faz o “tipo” dele.

Em 2016, provocou polêmica a participação de Bolsonaro no programa da apresentadora Luciana Gimenez, na RedeTV!, na qual ele declarou que não empregaria mulher com o mesmo salário de homem. Ele também disse que “tem muita mulher que é competente” e que salários na iniciativa privada se baseiam em competência.

Em 2019, já como presidente, Bolsonaro afirmou que o Brasil não poderia se tornar local de turismo gay, mas que era possível ficar à vontade para viajar ao país e fazer sexo com mulheres.

Em 2020, Bolsonaro fez insinuações sexuais sobre uma repórter do jornal “Folha de S.Paulo” que revelou, em reportagens, o uso fraudulento de nomes e CPFs para habilitar celulares e enviar ilegalmente mensagens em massa por redes sociais durante a campanha eleitoral de 2018.

“O depoimento do Hans River foi no final de 2018 para o MP, ele diz do assédio da jornalista em cima dele. Ela queria um furo, ela quer dar um furo (risos) a qualquer preço contra mim. Lá em 2018 ele já dizia que ela chegava e ia perguntando: ‘O Bolsonaro pagou para você divulgar pelo WhatsApp informações?’”, disse.

 

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