As mulheres de Rio Branco com idade entre 50 a 69 anos estão menos atentas aos riscos de câncer e reduziram a realização de exames necessários para prevenir a doença. É o que mostra a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada pelo Ministério da Saúde.
Em meio à pandemia da Covid-19, o percentual das moradoras da capital acreana que fizeram mamografia, exame que pode detectar o câncer de mama, caiu de 66,31%, em 2019, para 64,40%, no ano passado.
Quanto à prevenção ao câncer de colo do útero, o estudo apontou que 75,20% das mulheres entre 25 a 64 anos informaram, em 2021, que fizeram o exame de citologia oncótica, mais conhecido como “papanicolau”, nos últimos três anos. Esse percentual, em 2019, estava em 81,66% mulheres de Rio Branco.
Quanto à prevenção ao câncer de colo do útero, o estudo apontou que 75,20% das mulheres entre 25 a 64 anos informaram, em 2021, que fizeram o exame de citologia oncótica, mais conhecido como “papanicolau”, nos últimos três anos. Esse percentual, em 2019, estava em 81,66% mulheres de Rio Branco.A
A gerência do Centro de Controle Oncológico do Acre (Cecon), Carina Hechenberger, atribuiu à pandemia a baixa nos índices de exames. Segundo ela, por conta da emergência de saúde, a orientação dada pelo poder público foi que as pessoas ficassem em casa, evitassem aglomerações e, por isso, muitos atendimentos acabaram sendo deixados de lado.
“Tivemos algumas recomendações de isolamento social em meio ao pico da pandemia. Então, percebemos essa diminuição da procura pelo serviço, tanto no Cecon, onde é feito a mamografia, quanto na atenção básica, para a coleta do PCCU. Outro fator interessante, principalmente, com relação à atenção básica, é que os profissionais que faziam antes a coleta de PCCU foram remanejados para o atendimento de síndromes gripais. A prioridade era o atendimento da doença que pudesse ser Covid”, disse a gerente.
Com a redução dos casos positivos e de óbitos por Covid-19 a partir de março de 2022, a gerente afirmou que já se percebe um aumento na procura pelos exames de prevenção de câncer.
“Tivemos um aumento impressionante do recebimento das coletas de PCCU no Cecon. Nessa primeira semana de abril recebemos mais de dois mil exames. Então, percebemos que, como reduziu a pandemia, as pessoas voltaram a buscar atendimento”, afirmou.
A pesquisa trouxe ainda, de forma inédita, dados sobre moradores com idade acima de 18 anos que referiram diagnóstico médico de depressão. Segundo os dados, no ano passado, 10,16% dos rio-branquenses apresentaram essa condição.
Casos de câncer em mulheres
Segundo dados divulgados em outubro do ano passado, mês da prevenção ao câncer de mama e colo do útero, o Acre registrou mais de 160 novos casos da doença entre janeiro e setembro de 2021. O levantamento foi feito pelo Núcleo de Prevenção de Doenças Crônicas da Secretaria Estadual de Saúde. O g1 tentou atualizar os dados nesta quinta-feira (14), mas não obteve resposta.
Nos nove primeiros meses de 2021 foram registrados 63 casos de câncer de mama no estado. Já com relação aos casos de câncer do colo do útero foram 105 mulheres diagnosticadas com a doença.
Apesar da pandemia da Covid-19 e da redução nos atendimento e exames nas unidades de saúde, o número de diagnósticos de câncer de mama e de colo do útero em 2020 e 2021 foi maior que em 2019, antes da pandemia. Conforme os dados, em 2019 foram registrados 72 casos de câncer de mama e 68 casos de câncer do colo do útero, totalizando 140 diagnósticos. O que representa um aumento de 20% em relação a 2020.
Até setembro de 2021, ao menos 20 mulheres morreram em decorrência do câncer de mama e 17 por conta do câncer de colo do útero. Em 2020, um total de 61 mulheres morreram por conta dessas doenças.