O presidente Jair Bolsonaro (PL) dificilmente terá condições de reverter sua derrota para o ex-presidente Lula (PT) na eleição de outubro. É no que apostam o cientista político Alberto Carlos Almeida e o politólogo e professor Tiago Garrido, autores analisam como as pesquisas de opinião refletem o sentimento público antes do pleito e influenciam os resultados.
Segundo eles, a disputa presidencial deste ano, como outras, tem como principal característica o desejo do eleitorado por mudança.
“Quando a maioria quer mudança, a tendência é de vantagem sempre daquele que é mais conhecido e que não tenha uma rejeição alta”, diz Almeida a CartaCapital, em referência o favoritismo de Lula. Dada a situação econômica e fiscal do País, aposta ele, é improvável que Bolsonaro consiga melhorar a sua avaliação.
A mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada na semana passada, indica uma vantagem de 21 pontos percentuais do petista sobre o atual presidente. Outro levantamento, do instituto Ipespe, põe o ex-capitão como o mais rejeitado entre os pré-candidatos — 59% declararam não votar ‘de jeito nenhum’ nele. Já Lula é rejeitado por 43%.
“Quando o Lula encerra o seu segundo mandato, tinha uma popularidade acima dos 80%. Quando se chega em 2018, tinha mais de 60%”, lembra Garrido. “Houve uma redução, mas a imagem dele continua associada a temas importantes para o eleitor, como consumo, mobilidade social e melhora de vida. Aí está a resiliência do ex-presidente”.
A força política de Bolsonaro, contudo, não deve minguar com um revés em outubro, avaliam ambos.
“Um ex-presidente é sempre uma figura muito importante. Ainda mais Bolsonaro, que zela por manter o seu eleitorado mais fiel”, diz Almeida. “Ele continua no jogo, pelo menos em termos de opinião pública”.
Na conversa, os estudiosos ainda analisam as chances de Ciro, o impacto da falta de debates presidenciais, e o xadrez eleitoral nos estados.
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