29 setembro 2024

Mourão cita eleições e diz que CPI da Petrobras “não vai nem andar”

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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse, nesta segunda-feira (20/6), que uma possível Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para investigar a Petrobras “não vai nem andar”. Isso por uma questão de timing político, tendo em vista a proximidade do calendário eleitoral.

A ideia de uma CPI da Petrobras foi proposta pelo próprio Bolsonaro na sexta-feira (17/6), após a empresa anunciar um novo aumento nos preços dos combustíveis.

“Eu acho que não vai nem andar isso aí, né? Não tem nem tempo. Nós estamos aí já em fase quase eleitoral, vamos falar assim. Mais um mês e meio inicia a campanha eleitoral . Então, acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento”, disse Mourão a jornalistas, ao chegar em seu gabinete na manhã desta segunda.

Bolsonaro disse que a Câmara dos Deputados, na figura do presidente Arthur Lira (PP-AL), tem dado um “apoio fantástico” para levar adiante a CPI, que ainda precisa reunir o número mínimo de assinaturas para ser instalada.
O presidente tem afirmado que o conselho da Petrobras está “boicotando” o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, ao não se reunir para votar as novas indicações feitas pelo governo para o comando da empresa.

No domingo (19/6), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chamou o atual presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, indicado por Bolsonaro em abril, de “ilegítimo”.

Questionado sobre o entendimento de que o presidente seria ilegítimo, Mourão respondeu: “Isso aí tem que ser votado no Conselho de Administração. Então, não é desse jeito, né? Isso tudo é opiniões. Hoje é um tumulto de opinião geral”.

Reajustes
Depois de quase 100 dias sem promover reajuste nos preços, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou, em reunião extraordinária realizada na quinta-feira (16/6), aumento do preço da gasolina e do diesel. O encontro que decidiu o reajuste aconteceu durante o feriado, em convocação de emergência.
Com o impasse entre as demandas do governo e do Congresso – que querem os preços mais baixos – e do mercado, que insiste na política de preço de paridade de importação (PPI), o conselho apostou no aumento.

O preço do litro da gasolina vendido às distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06. No caso do diesel, de R$ 4,91 para R$ 5,61. O aumento passa a valer a partir deste sábado (18/6).

A maioria dos participantes afirmou que é da competência do conselho tomar esse tipo de decisão e que isso estaria no estatuto. Geralmente, valores de combustíveis passam por um comitê que tem como integrantes o presidente da companhia, José Mauro Coelho, e os diretores de Finanças e Comercialização e Logística, Rodrigo Araújo e Cláudio Mastella.

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