29 novembro 2024

Nível do Rio Acre oscila e sai da menor cota histórica em Rio Branco

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Após o registro de chuvas não muito expressivas no interior do estado e em Rio Branco, o nível do Rio Acre sofreu oscilação e saiu da menor cota histórica já registrada desde 1971. Segundo dados da Defesa Civil Municipal, o manancial marcou 1,32 metro nesta segunda-feira (12) na capital acreana.

Apesar da oscilação, a previsão do órgão é que o rio volte a ficar abaixo da cota registrada nesse domingo (11), de 1,29 metro, nos próximos dias. A capital vive a pior seca da história.

Desde o início de setembro, o manancial tem batido recordes para o dia com relação ao nível das águas. Na sexta (9), por exemplo, o rio registrou a pior cota dos últimos 10 anos para o dia 9 de setembro e no domingo chegou a pior marca desde o início do monitoramento da bacia na capital, há 51 anos. Até então, o menor nível tinha sido de 1,30 registrado em 17 de setembro de 2016.

“Infelizmente, não temos previsão de que ele vai aumentar mais esse nível, apesar de que ainda na manhã desta segunda houve mais uma oscilação na região de Capixaba e também no Espalha, após uma chuva na região da Transacreana. Mesmo assim, ele deve estabilizar e depois voltar a decrescer, podendo, inclusive, superar a marca de ontem de 1,29. Nós temos o resto desse mês com toda possibilidade de decréscimo e aí depois disso, em outubro, é que começa a ter perspectiva de aumento”, afirmou o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, coronel Cláudio Falcão.

O coordenador diz que tem se cumprido as previsões de uma estiagem forte este ano, que está trazendo grandes prejuízos, tanto para a agricultura, abastecimento de água, impactos na saúde pública e em outras áreas. Porém, destaca que a Defesa Civil tem colocado em prática algumas ações para minimizar esses impactos e não descarta que seja decretada emergência na capital por conta da seca.

“A gente não descarta um decreto de situação de emergência para poder agilizar ações de socorro a toda a população que precisa”, pontua.
Com operação que usa carros-pipas para levar água potável, o órgão municipal atende 31 comunidades rurais, com 3,3 mil famílias atendidas por, o que dá cerca de 14 mil pessoas. A distribuição de água ocorre diariamente como forma de amenizar os impactos da seca.

Abastecimento na capital
O Rio Acre é a única fonte de captação de água para abastecimento na capital. Enoque Pereira, presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), disse que estuda maneiras de que essa seca não interfira na distribuição de água, mas alega que o serviço já teve alguns prejuízos.

“Vamos tentar ver se conseguimos manter a captação de água normalmente. Com essa baixa vazão, o rio fica com a água bastante espalhada e nossas bombas precisam captar águas mais profundas. Então, quando baixa, fica ruim de adaptar e, a depender da situação, vamos ver com os órgãos ambientais se conseguimos fazer alguma intervenção no rio nesse intuito de concentrar mais água no local de captação”, explica.

Essa intervenção seria, por exemplo, fazer um aterro, ou criar alguma tipo de barreira para que o acúmulo de água no ponto de captação tenha um nível maior.

Pereira destaca ainda que a prefeitura tem feito estudos para que o abastecimento de água não dependa mais apenas do Rio Acre. A intenção é furar poços no Segundo Distrito da capital para ajudar nessa distribuição de água. Porém, ainda há um processo a ser feito até que isso aconteça.

Queimadas e fumaça
Conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre o dia 1 e 11 de setembro foram registrados 3.794 focos de queimadas em todo o estado. Essa quantidade supera todos os registro do mês de agosto, que foram 2.638 e representa 43,8% do total do registrado em todo ano até agora, já que de janeiro a 10 de setembro, o Acre tem 6.882.

Rio Branco chegou a registrar uma poluição de ar 13 vezes maior do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde.

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