Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, suspeito de ser o mandante dos homicídios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, foi solto nesta sexta-feira (21) após pagar uma fiança de R$ 15 mil. A Justiça Federal no Amazonas havia concedido liberdade a ele no dia 6 de outubro.
Colômbia seguiu para a prisão domiciliar e é obrigado a usar tornozeleira eletrônica. Ele também está proibido de viajar para fora do país e precisou entregar o passaporte para a Polícia Federal.
O Ministério Público Federal (MPF) chegou a recorrer da decisão, mas o juiz federal Fabiano Verli manteve, no dia 18 de outubro, a liberdade provisória do suspeito.
Segundo a defesa de Colômbia, a expectativa era que ele ficasse preso até segunda-feira (24), quando irá passar por uma audiência de custódia. Ele também responde a outro processo que apura sua participação em organização criminosa armada e crimes ambientais.
Colômbia saiu da cadeia na manhã de sexta e foi conduzido ao Centro de Operações e Controle (COC) para a instalação da tornozeleira eletrônica, conforme determinação judicial.
Em julho, Colômbia foi detido em flagrante por uso de documentos falsos ao ser ouvido na delegacia de Tabatinga sobre suposta participação nos homicídios. Ele negou envolvimento com o crime. E, apesar de negar participação nos assassinatos, uma das linhas de investigação da PF é de que Colômbia, que também seria um traficante de drogas, compra pescado ilegal de criminosos da região.
Outros envolvidos
Outros três homens são investigados pelos assassinatos:
- Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”;
- Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Dantos”;
- Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”.
Os três estão presos, em decorrência das investigações.
Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público Federal entendeu que os três homens devem ser julgados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O MPF argumentou que Amarildo e Jefferson confessaram o crime. Disse ainda que a participação de Oseney foi mencionada em depoimentos de testemunhas.
O crime
Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia. Eles foram vistos pela última vez em 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.
Os restos mortais deles foram achados em 15 de junho. As vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados. Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.
A polícia achou os restos mortais dos dois após Amarildo da Costa Oliveira confessar envolvimento nos assassinatos e indicar onde estavam os corpos.