
Entre quinta (17) e sexta-feira (18), o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) da Universidade Federal do Acre (Ufac) em Rio Branco, realiza um seminário para discutir sobre as declarações em cotas raciais dentro das universidades federais do país.
O debate analisa o ingresso de pessoas autodeclaradas pretas, pardas e indígenas nos cursos mais concorridos nas chamadas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) sem uma avaliação nas políticas afirmativas de cotas raciais.
A Lei de Cotas garante 50% das vagas em universidades federais do país para estudantes que cursaram o Ensino Médio nas escolas públicas.
O Seminário de Heteroidentificação: Conquistas e Desafios para a Consolidação das Ações Afirmativas faz parte da programação do V Novembro Negro, evento que discute igualdade racial e políticas públicas.
O evento começou no último dia 4 e segue até o dia 25 com debates on-lines, minicursos, oficinas e palestras com pesquisadores e estudiosos de outros estados. No Instituto Federal do Acre (Ifac), o Neabi também montou um programação, com eventos até esta quinta (17), para discutir o combate à injúria racial, ao preconceito, desigualdade social, entre outros temas.

Seminário vai discutir o ingresso de pessoas autodeclaradas pretas, pardas e indígenas nas universidades sem uma avaliação das políticas de cotas — Foto: Reprodução
“O Núcleo de Estudos Afros-brasileiros e Indígenas (Neabi) promove o Novembro Negro desde 2018, estamos no 5º ano na Ufac. É um grupo de pesquisa, e fazemos várias em novembro em alusão ao dia 20 do mês, Dia Nacional da Consciência Negra”, explicou a coordenadora do Neabi, professora Flávia Rocha.
Flávia acrescentou que o seminário vai ocorrer no Centro de Convenções da Ufac pela manhã e tarde. Segundo a professora, os pesquisadores vão falar sobre a atuação e criação de comissões de heteroidentificação para evitar fraudes nos cursos do Sisu.
“Pessoas não negras se inscreviam por cota e não eram sujeitas as políticas afirmativas das cotas, então, no Brasil se tem criado essas comissões de heteroidentificação, e aqui na Ufac foi criado esse ano pela primeira vez, atuou ao longo do ano nas chamadas do Sisu. Pessoas que se inscreveram e se autodeclararam pretas, pardas e indígenas passaram por essa comissão”, reforçou.
8ª semana em favor de igualdade racial
Entre os dias 21 e 25 deste mês, o grupo de pesquisa também promove a 8ª semana em favor de igualdade racial, que ocorre desde 2015.
Pela parte serão ministrados minicursos e à noite palestras. Na última noite, 25 de novembro, será organizada uma mesa redonda com pessoas de cada estado para pensar igualdade racial em nível de Brasil.
“Teremos também grupos de trabalhos com pessoas que vão apresentar suas pesquisas. O encerramento será feito no dia 25. A maioria das atividades são on-line para que pessoas de outros estados e municípios possam participar”, concluiu.






